sexta-feira, 10 de junho de 2011

Os santos casados. Alguns nomes dentre os vários que poderiam ser citados

Alguém, percorrendo o catálogo dos santos, colheu a impressão de que nele só existem padres e freiras e que a santidade não é possível senão nos conventos ou nas fileiras clericais. Enganar-se-ia quem assim pensasse.

Antes do mais, convém citar o Catecismo da Igreja Católica, que em seu nº 2.360, diz o seguinte:

"No casamento a intimidade corporal dos esposos se torna um sinal e um penhor da comunhão espiritual. Entre os batizados os vínculos do matrimônio são santificados pelo sacramento".

Donde se vê que o matrimônio abençoado por Deus é um estado de vida que santifica os cônjuges. Deus concede aos esposos a graça necessária para que, atendendo aos afazeres e compromissos respectivos, mais e mais se unam ao Senhor e cheguem à perfeição cristã.

A própria história atesta que houve santos e santas, de grande vulto, também entre as pessoas casadas. Um exame atento do catálogo dos santos dissipa a impressão contrária. Eis alguns nomes dentre os vários que poderiam ser citados:

* Maridos santos: Gregório de Nissa (+394); Paulino de Nola (+431); Estêvão, rei da Hungria (+1038); Omobono de Cremona (+1197); Luís IX, rei da França (+1272); Nicolau de Flüe, patrono da Suíça (+1487); Tomás Moro, ministro do rei Henrique VIII da Inglaterra (+1535); isso sem contar os Apóstolos, dos quais alguns devem ter sido casados, como foi São Pedro, cuja sogra é mencionada no Evangelho (cf. Mc 1,29s).

* Viúvos santos: Raimundo Zanfogni (+1200); Henrique de Bolzano (+1315); o bem-aventurado Bartolo Longo (+1926).

* Esposas santas: Perpétua de Cartago (+202); Margarida da Escócia (+1093); Gentil Giusti (+1530); Anna Maria Taigi (+1837).

* Viúvas santas: Mônica, mãe de Santo Agostinho (+387); Elisabete, rainha da Hungria (+1231); Edviges da Silésia (+1234); Ângela de Foligno (+1309); Elisabete, rainha de Portugal (+1336); Brígida da Suécia (+1373); Francisca Romana (+1440); Rita de Cascia (+1456); Catarina Fieschi Adorno (+1510); Joana Francisca Frémyot de Chantal (+1641); Luísa de Marillac (+1660); Elisabete Bayley Seton (+1821).

* Casais santos: Henrique, Imperador da Alemanha (+1024) e Cunegundes; Isidoro (+1130) e Maria Toribia; Lucchese (século XIII) e Buonadonna; os genitores de Teresa de Lisieux (ainda não canonizados).

O Concílio do Vaticano II, ainda uma vez, há poucos decênios (1965), lembrava a vocação de todos os cristãos à santidade, removendo a impressão de que somente em alguns estados de vida se pode chegar à perfeição cristã:
"É evidente que todos os fiéis cristãos, de qualquer estado ou ordem, são chamados à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade" (Lumen Gentium nº 40).

 "Todos os fiéis cristãos, nas condições, tarefas ou circunstâncias de sua vida, e através disso tudo, dia a dia mais se santificarão, se com fé tudo aceitarem da mão do Pai celeste e cooperarem com a vontade divina, manifestando a todos, no próprio serviço temporal, a caridade com que Deus amou o mundo" (ib. nº 41).

"Todos os fiéis cristãos são convidados e obrigados a procurar a santidade e a perfeição do próprio estado" (ib. nº 42).

Dom Estevão Bettencourt
Fonte: Revista Pergunte e Responderemos

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Desafios do namoro. No cotidiano do namoro são naturais as surpresas indesejáveis

Amar é uma decisão que começa no momento em que você se decide a se doar por aquele por quem você se encantou. No começo do namoro tudo é bonito, mas quando o encantamento passa, o sentimento passa a ser mais sério. Com isso também começam a despontar, junto com as qualidades, aquelas características que para o outro podem significar “defeitos”.

O mais importante, no relacionamento entre os namorados, é ter um propósito definido: "Para que estou namorando?", "O que desejo para esta pessoa com quem estou me relacionando?", "Quais são as coisas que preciso mudar para fazê-la (lo) feliz ao meu lado?".
Ainda assim, no cotidiano da vida dos namorados são naturais as surpresas indesejáveis. Diante delas, a nossa primeira reação, muitas vezes, é nos desviarmos do caminho, recuarmos ou lamuriarmos sobre o ocorrido. Nesses momentos, é mais fácil pensar em abandonar o compromisso ou simplesmente deixar a situação como está… Mas a lição proposta pela vida é a de sempre conquistarmos alguns passos à frente na caminhada que estamos trilhando.

Junto com todos os nossos propósitos, cabe também a eterna disposição para enfrentarmos os desafios próprios de um relacionamento que nos direciona e amadurece para o casamento.










A amizade no namoro

Considerando a possibilidade de viver a mudança da amizade para o namoro, este será o momento propício para investir ainda mais na amizade, no sentido de buscar respostas para as seguintes perguntas:
- O que me faz ver essa pessoa como um namorado?
- Que sinais eu percebo nessa pessoa os quais me ajudam a ver a possibilidade de crescimento numa vida a dois?
- Que hábitos ou vícios a pessoa traz com os quais não compartilho e que exigirão disposição para mudança?
Precisamos encontrar respostas para essas e outras perguntas que consideramos relevantes para a nossa felicidade. Pois nesse tempo de pesquisa, pode-se constatar que não desapareceram a admiração, o sentimento de cumplicidade, tampouco a compatibilidade de ideias.

Sem atropelos, e na maturidade exigida pela afetividade, devemos nos predispor a viver esse tempo de conhecimento recíproco sem antecipar experiências, impulsionadas por carências e desejos desenfreados, o que poderia, tão somente, esvaziar o puro relacionamento de amizade existente. (do livro: Relações sadias, laços duradouros)
No vídeo abaixo, o casal de namorados Fabrício e Graça, missionários da Comunidade Canção Nova, partilham algumas experiências vividas no processo entre a amizade e o namoro.









O canal de formação, durante a semana de 06 a 12, preparou um conteúdo especial para o Dia dos Namorados. Sobre algumas situações comumente apresentadas neste período de convivência, vão comentar sobre o assunto: Marcelo e Gil, Prof. Felipe Aquino, Eliana Ribeiro , Alexandre Mandi e Fabrício e Graça.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

7 vestígios humanos fora da Terra

Livia Aguia
O homem deixou sua pegada em quase todos os lugares da Terra. E se não conseguiu pisar nas profundezas do Atlântico ou no coração da Floresta Amazônica, já mandou robôs, sonares e todo tipo de tecnologia para monitorá-los de longe. Também exploramos o espaço e deixamos rastros que qualquer alienígena poderia facilmente identificar. Acontece que nem todo vestígio humano no espaço sideral é sinal de vida “inteligente” aqui na Terra.
7 -- Naves espaciais
Ao longo dos últimos 50 anos, mandamos seres humanos, animais, insetos, bactérias e, principalmente, naves não-tripuladas para fora do nosso planeta. O sonho de viajar pelo espaço já é realidade -- para os muito ricos, em raras ocasiões -- mas ainda estamos longe do sonho da ficção científica com populações inteiras vivendo fora da Terra. A discussão da necessidade real de explorar o espaço em missões tripuladas está aberta e há muitos argumentos contra e a favor, porém as viagens continuam sendo feitas com e sem gente dentro.
Os astronautas e robôs mandam dizer que ainda não bateram um papo com nenhum ET.
6 -- Telescópios
Os telescópios espaciais são feitos para exngergar o universo sem a interferência da atmosfera terrestre. O Hubble não é o único telescópio em funcionamento fora da Terra, mas é o mais famoso, maior e mais velho deles. Sua concepção é de 1946, mas só foi lançado e posto para funcionar em 1990. De lá pra cá, recebendo ajustes aqui e ali, o Hubble observa o espaço em luz normal e infravermelha, enviando informações visuais de estrelas fora de nossa galáxia e estruturas do Universo até então desconhecidas por nós.
Nosso principal “olho” espacial está quase se aposentando. Estima-se que em 2014 ele deixe de funcionar para ser substituído por outro gigante: o Telescópio Espacial James Webb, com lançamento previsto para 2013. Conheça outros telescópios em órbita ao redor da Terra (em inglês).
5 -- Satélites
De acordo com a Nasa, existem cerca de 3 mil satélites ativos rodeando a Terra. Isso significa mais de 3 mil máquinas criadas pelo homem observando nosso planeta e o espaço o tempo todo! Nem todas as informações são públicas e é fácil se deixar levar pela mania de perseguição, mas os satélites também são responsáveis por diversas funções que já fazem parte do nosso dia-a-dia: geolocalização, retransmissão de ondas (sinais de rádio, televisão, celular, internet…), monitoramento de certas áreas do globo, fotografias em luz natural, raio-X, infravermelho, etc, etc, etc. Alguns deles são tão grandes que é possível observá-los cruzando o céu em noites com pouca luz.
Quem mora longe dos grandes centros urbanos provavelmente já viu ao menos um. É bonito, parece uma estrela cadente muito lenta e gigante que cruza o céu inteiro.
4 -- Ondas de rádio e televisão
No livro Contato, do astrofísico Carl Sagan, alienígenas captaram o discurso de Hitler nas Olimpíadas de Berlim em 1936 e vieram até o nosso planeta bater um papinho. Até onde sabemos, isso não aconteceu de verdade. Ainda.
A atmosfera terrestre bloqueia emissões de rádio de frequências abaixo de 10 MHz e acima de 10 GHz. Porém, as bandas VHF, UHF e microondas estão entre essas duas frequências e escapam para o espaço – teoricamente, para sempre. As ondas que vagam pelo espaço são uma evidência clara da existência de vida na Terra e poderiam ser captadas por alienígenas que passassem por perto.
Nós só estamos produzindo sinais de rádio e TV fortes o suficiente para ultrapassar a atmosfera há 60 anos, o que significa que apenas ETs a no máximo 60 anos luz daqui poderiam captar nossas emissões radiofônicas e televisivas. Veja quais são os sistemas solares a 50-60 anos luz de distância (em inglês).
3 -- Discos dourados que explicam como é a vida aqui na Terra
Em 2011, dois discos de cobre banhados a ouro contendo 116 imagens e diversos sons da Terra alcançaram o “espaço aberto”, ou seja: saíram dos domínios do sistema solar. As naves Voyager 1 e 2, enviadas em 1977 e que viajam com os discos, são dois dos artefatos humanos que mais se afastaram da Terra até hoje.
Os chamados Golden Records contêm informações da Terra destinadas às formas de vida inteligentes existentes fora do nosso planeta. Sua concepção e seleção de informações foram feitas pelo famoso astrofísico Carl Sagan (ele de novo) e equipe. As imagens foram codificadas de forma analógica, compostas de 512 linhas verticais. Já as informações auditivas estão gravadas nos discos como em um disco de vinil e há instruções imagéticas de como fazê-lo funcionar. Será que eles entendem?
2 -- Lixo espacial
Não contentes em poluir nosso próprio planeta, também deixamos rastros de sujeira pelo espaço. Segundo a Nasa, há cerca de 500 mil resíduos humanos sem função alguma girando ao redor da Terra a mais de 7 mil km/h. Deve existir muito mais lixo por aí, espalhado por órbitas de outros planetas ou simplesmente vagando pelo espaço, resultado das missões que começaram na segunda metade do século passado.
A sujeira não é só feia, mas também perigosa. Em outubro do ano passado, um satélite de pesquisas inativo da Nasa quase colidiu com uma estação espacial com 6 tripulantes. Os astronautas conseguiram deslocar a nave a tempo, mas foi por pouco.
1 -- Bolas de golfe
De todas as tranqueiras que mandamos para o espaço, essas são as mais curiosas. Em 1971, durante a terceira missão bem sucedida até a Lua, o astronauta Alan Shepard mandou duas bolas de golfe literalmente para o espaço. Alan era golfista nas horas vagas e decidiu que seria uma boa ideia tentar umas tacadinhas pela Lua.
Infelizmente, elas não correm o risco de aterrissarem no prato de sopa de algum alien. Segundo o próprio astronauta, a primeira bola foi um fail: ela rolou para dentro de uma cratera a uns 36 metros de distância. Já a segunda, “aqui [na Terra], ela teria ido uns 27 metros, mas pelo fato de não haver atmosfera lá [na Lua], a bola voou por uns 180 metros”.

Revista Super Interessante por Livia Aguia

Ronaldo adota banheira, perde dois gols feitos no jogo de adeus e se desculpa

Os 15 minutos de despedida de Ronaldo da seleção brasileira ficaram sem o gol, marca principal da carreira do maior artilheiro das Copas. O Fenômeno adotou a "banheira" no meio da marcação, resvalando na linha de impedimento, chutou três vezes contra a meta rival e perdeu duas oportunidades incríveis em sua breve participação no amistoso festivo contra a Romênia nesta terça-feira no Pacaembu.

"Desculpem, eu tive três chances de gol e não consegui marcar aqui, o que seria uma simples retribuição a tudo o que vocês fizeram por mim em toda a minha carreira. Muito obrigado e até breve, mas dessa vez fora dos campos", afirmou o Fenômeno, numa espécie de púlpito montado no meio do gramado.


Já sem a forma dos tempos de jogador, mesmo aquela dos últimos tempos pelo Corinthians, Ronaldo pouco se mexeu no ataque, na chamada "banheira", e correu apenas quando sentiu que a bola poderia chegar nos seus pés. Terminou com 1,2 km percorrido em campo.


A expectativa da despedida começou nos vestiários. Com o primeiro tempo já em andamento, o telão do Pacaembu mostrava Ronaldo em trabalho de aquecimento, ainda em dependências internas do estádio. Na preparação, o Fenômeno correu junto e bateu bola com os filhos Ronald e Alex.


Simultaneamente, motivada talvez pela parcial falta de gols do time de Mano Menezes, a torcida começava a cantar pelo festejado da noite: "Ronaldo vem aí e o bicho vai pegar".


Aos 21min, quando Fred abriu o placar para o Brasil, o telão mostrou Ronaldo comemorando nos vestiários. O momento de vestir a camisa amarela pela última vez estava chegando.


Finalmente o Fenômeno desponta na boca do túnel de acesso ao campo aos 27min do primeiro tempo, fazendo as arquibancadas do Pacaembu comemorarem como se fosse um gol.


Vestindo a camisa 9, Ronaldo entra na vaga de Fred, como previsto, aos 30min da etapa inicial. Eram 10h24 da gélida noite paulista. Antes de ceder o lugar ao ídolo, o jogador do Fluminense fez um pequeno sinal de reverência ao maior artilheiro das Copas.


Inicialmente, a bola demorou para chegar em Ronaldo. Os jogadores da seleção em campo visivelmente procuravam pensar o lance para que o homenageado da noite participasse da partida. Até que Ronaldo foi acionado no ataque, trocou passes e teve a chance de finalizar na frente do goleiro romeno Tatarusanu, que evitou o que seria o último gol do atacante.


Instante depois, o time conseguiu outra chance para o Fenômeno, que mesmo livre chutou por cima do travessão, em oportunidade que possivelmente não teria desperdiçado em seu auge. Na última finalização, o ex-goleador do Corinthians se deslocou por trás da zaga para receber a bola e bateu para outra boa defesa do goleiro romeno.


Ao todo foram nove toques na bola, uma arrancada pedindo jogo e três finalizações, de dentro da área. O gol não saiu, mas e emoção de encontrar a torcida em campo pela última vez ficou registrada.


Com o fim do primeiro tempo, o Fenômeno foi aplaudido de pé pelo estádio, cumprimentado pelos jogadores e membros da comissão técnica. Pegou a bola do jogo debaixo dos braços e deu uma demorada volta olímpica para agradecer a torcida que desafiou o frio para ver seu adeus.


Assim, Ronaldo se despede da equipe em que mais brilhou, mais do que em qualquer clube de sua trajetória. Com o jogo contra os romenos desta terça, foram 105 partidas e 67 gols.


Após o adeus oficial da seleção brasileira, Ronaldo carrega agora a expectativa de fazer amistosos com a camisa do Corinthians, em iniciativa manifestada mais de uma vez pelo presidente do clube, Andrés Sanchez.


Fonte: UOL

Existe poder soberano?

O grande São Tomás de Aquino, na sua monumental obra “Suma Teológica”, ensina que a criatura humana, dotada de razão, está submetida à Divina Providência. Por isso o decálogo do Criador é intocável por estar vinculado à lei natural. Nenhum poder humano pode estabelecer leis que entrem em choque com essa lei originária, como por exemplo, permitir apoderar-se de propriedade alheia legítima, autorizar o homicídio, aprovar a infidelidade conjugal.

Há leis morais que não dependem do nosso querer. São tão sábias que se tornam imperativo categórico, emparelhando com as leis da física. "A lei do Senhor é perfeita" (Sl 19, 7). Se alguém acha que o poder público está acima do direito natural, está lhe conferindo uma autoridade soberana. Nem mesmo o poder judiciário está acima da ordem natural. Só Deus é soberano. "Nem o príncipe, nem o imperador são realmente soberanos" (Maritain). Nem tampouco é soberana a vontade do povo quando quer seguir caprichos. A lei injusta, ou contrária à reta ordem, mesmo que exprima a vontade da maioria, não tem valor de lei. Assim se evitam os males à comunidade.

A Igreja está relacionada com a sociedade. O filósofo agnóstico Habermas advertiu o mundo, diante do Cardeal Ratzinger, que todos deveriam ouvir mais a Igreja, porque ela é movida por reta intenção e tem experiência em assuntos humanos. A atual secularização da sociedade leva a catástrofes. Sabemos que o ser humano tem inteligência ordenadora a fim de tornar o convívio humano voltado para o bem comum. Por isso os legisladores podem produzir leis para um melhor convívio. Mas falece-lhes autoridade para minar a família tradicional, concedendo privilégios descabidos a outros grupos. Os legisladores não têm o poder de "criar".  Não têm o poder de classificar o cachorro e o gato como se fossem da mesma espécie. "E Deus viu que tudo o que fizera era muito bom" (Gn 1, 31).

Não queiramos fazer coro com a Organização das Nações Unidas (ONU), nem com certos juízes desorientados, quando procuram relativizar a união conjugal entre um homem e uma mulher. Os legisladores têm poder subsidiário diante das leis eternas. Estas, sim, são soberanas, porque vêm do Criador. 

     
Dom Aloísio R. Oppermann scj - Arcebispo Uberaba

terça-feira, 7 de junho de 2011

As cartas que não foram lidas

Estes dias, li uma parábola que dizia o seguinte: "Uma família sofria grandes dificuldades econômicas e escreveu a parentes ricos da América do Norte lhes pedindo ajuda. Pouco tempo depois essa família recebe um pacote destes parentes. Abriram-no com grande ansiedade e euforia, pois ali estava a grande chance de melhora, porém, não encontraram nada de importante, apenas algumas coisas de pouco valor material. Zangados, jogaram a embalagem no depósito, achando que os parentes ricos, além de não os ajudarem financeiramente, também queriam divertir-se à custa de sua aflição. Na limpeza geral, que eles costumavam fazer antes da Páscoa, tudo iria para o fogo, no entanto, ao rasgar o papelão interno do pacote, o filho mais novo da família descobriu um fundo duplo, no qual havia uma carta muito atenciosa e no mesmo envelope cem mil dólares".
Quantas vezes, diante dos sofrimentos temos a mesma atitude dessa família. Na ansiedade de ver resolvido nosso problema, muitas vezes, acabamos vendo o acontecimento apenas superficialmente e jogamos no "depósito de entulhos" a riqueza que tal situação quer nos proporcionar. Tenho aprendido que, em muitas situações de sofrimento permitidas por Deus, há uma carta de amor com uma fortuna de ensinamentos escondida em algum lugar. O desafio é a acharmos e tomarmos posse do que ela nos traz.
Dessa forma, damos ao nosso sofrimento o valor que ele merece e o reconhecemos como uma graça que nos torna espiritualmente fecundos e ricos interiormente. Os fatos me fazem acreditar que somente as virtudes provadas nas tempestades da vida são capazes de atingir um grau heroico e se tornarem seguramente posse da alma.
Talvez ao longo de nossa vida já tenhamos recebido muitas "cartas" que ainda não foram lidas, as quais estão ainda nas embalagens que chegaram, entulhadas nas lembranças de nossa história.
Que tal voltarmos hoje ao "depósito de entulhos" e procurarmos ler as cartas que não foram lidas!?... Com certeza, nelas existem grandes e inumeráveis declarações do Amor de Deus e fortunas de ensinamentos nos aguardando.