segunda-feira, 31 de outubro de 2011

México encerra "melhor Pan da história" com clima ufanista para sediar Olimpíada

O presidente da Odepa (Organização Desportiva Pan-Americana), o mexicano Mario Vázquez Raña, falou que o Pan de Guadalajara não seria o melhor da história poucos dias antes do início dos Jogos. Mas o cartola parece ter mudado de ideia. Na cerimônia de encerramento, voltou atrás e reproduziu o discurso clichê e comum após o fim de competições. O Estádio Omnilife foi, então, tomado por um clima ufanista e propício para o sonho mexicano de sediar a Olimpíada pela segunda vez

O país foi sede da Olimpíada em 1968, na Cidade do México. E existe em Guadalajara o movimento para que a cidade se candidate aos Jogos de 2024.


O Pan de Guadalajara foi oficialmente encerrado às 20h50 (0h50 desta quarta, no horário de Brasília). Pouco antes do fim, o governador de Jalisco, Emílio González, fez discurso seguidas vezes interrompido pelo forte aplauso do empolgado público mexicano. "Falta uma medalha por entregar. Obrigado Jalisco por fazer o Pan a grande festa das Américas. Essa é uma medalha de ouro. É para Jalisco, é para o México. Porque fazendo as coisas certas, agora vamos para as Olimpíadas", disse o mandatário.


A simples menção ao presidente Felipe Calderón também era suficiente para arrancar gritos e manifestações positivas na arquibancada em ação que contrasta com as vaias recebidas por Luiz Inácio Lula da Silva, presidente do Brasil na época do Pan do Rio-2007. Mario Vásquez Raña falou depois do governador de Jalisco. O presidente da Odepa fez um discurso um pouco mais longo e cansativo.


Em suas palavras, deixou para trás uma declaração feita na inauguração da Vila Pan-Americana, no último dia 5. "Há muito que digo isso, porque para poder organizar o melhor Pan da história seria preciso superar o Brasil, e não o superamos na organização", declarou na época. E problemas na residência dos atletas e a inauguração tardia marcaram o Pan de Guadalajara.


Mas no discurso de encerramento, Raña deixou para trás os problemas estruturais e disparou: "Parabéns por fazer o melhor Pan-Americano da história". As palavras foram recebidas com forte aplauso. Um dos mais entusiasmados da noite. Mais até do que shows e apresentações musicais. Só perdeu mesmo para a entrada dos atletas e para o hino mexicano.


Fonte: UOL

Dois amores que se completam

No Antigo Testamento, na TORÁ (Lei mosaica), havia 613 preceitos ou mandamentos: 248 prescrições positivas e 305 proibitivas. Já se falava e praticava o amor a Deus e ao próximo, até mesmo de grupos que priorizavam um ou outro. No Evangelho São Mateus (conf.Mt 22,34-40), todos - fariseus, escribas e especialista na Lei -, concordavam que o maior mandamento era o amor a Deus, como está em Dt.6,5. O grupo de fariseus que perguntam a Jesus qual deles era o maior, interrogaram-No com intenção maldosa, maliciosa, fazendo uma armadilha para acusá-Lo em alguma coisa. O Senhor, no entanto, percebendo a malícia da pergunta, os desarma e os desmascara com Sua resposta. Jesus equiparou o amor a Deus ao amor ao próximo; ambos estão no mesmo plano, são o resumo de todos os preceitos. "Toda lei e os profetas dependem desses dois mandamentos", quer dizer, toda a Escritura.

Há mais de 20 anos a.C, o rabino Hilel já ensinava: "não faças a outro o que não queres para ti. Isto é toda a Lei; o resto é comentário”. Jesus devia conhecer tal afirmação contida em Lv.19,18. No entanto, foi mais além ao afirmar que o segundo mandamento, "amar ao próximo" é semelhante e se equipara ao primeiro (amar a Deus). Amar a Deus e ao próximo. Explicitando, quer Jesus afirmar e ensinar: amar ao Senhor servindo ao próximo; amar a Deus no próximo. São dois amores que se completam. Um não existe sem o outro, ou então, um se manifesta através do outro. O amor a Deus passa necessariamente pelo amor ao próximo, “a fim de que um dia entremos em plena posse do mistério que agora celebramos”.


De fato, sem o amor ao próximo não existe amor a Deus, nem lei, nem fidelidade; é tudo mentira, como diz a Primeira Carta a João 4,20. O que Jesus propõe é muito claro: precisamos amar o próximo com a totalidade do nosso ser (inteligência,vontade e afeto). Jesus exige que amemos até os próprios inimigos, do mesmo modo como Deus os ama (Mt.5,44-48). Mas este amor deve ser traduzido em gestos concretos de fraternidade e solidariedade. Só assim será sinal do nosso amor a Deus.


O amor ao Senhor e ao próximo são como uma moeda de duas faces. Um amor não se opõe ao outro, completam-se. Nosso amor a Deus é fonte de serviço ao próximo. Assim como o nosso amor a Deus exige o nosso encontro com Ele, assim também devemos nos fazer próximos do outro. Apenas frequentar a Igreja e não se interessar pelo próximo é enganar a si próprio.

Dom Eurico S. Veloso
Arcebispo Emérito de Juiz de Fora (MG)