terça-feira, 15 de novembro de 2011

Perdeu, playboy! Vale a pena dar uma lida

A gente gosta de reclamar. E reclama de tudo e de todo mundo.
Se for na internet então, somos experts em reclamação.
O twitter, por exemplo, parece uma fila de banco. Basta o primeiro reclamar que o resto entra na onda e, quando você menos espera, já tem um motim.
Temos tido muitos motins recentemente.
Num deles, o motivo é que os estudantes querem fumar maconha.
O fato é que, concordando ou não, algumas decisões já foram tomadas e registradas. Tipo assim: a maconha é ilegal.
Se perguntarem minha opinião, vou dizer que sou a favor da legalização da erva e que, com mais maconha teríamos menos Rivotril. Mas, ao escrever o artigo 2 da lei 11.343 ninguém pediu minha opinião. Democracia é assim, a opinião da maioria vence.
Então escreveram que: “Ficam proibidas, em todo o território nacional, as drogas, bem como o plantio, a cultura, a colheita e a exploração de vegetais e substratos dos quais possam ser extraídas ou produzidas drogas, ressalvada a hipótese de autorização legal ou regulamentar, bem como o que estabelece a Convenção de Viena, das Nações Unidas, sobre Substâncias Psicotrópicas, de 1971, a respeito de plantas de uso estritamente ritualístico-religioso.”
Então, colega estudante, a não ser que você seja um pajé de tribo guarani que fuma o cachimbo da paz, não rola fumar maconha no campus da Universidade.
Nem na praça, nem na rua, nem na sala de aula.
Quer fumar um baseado sem ser preso? Vai pra Amsterdam. 
Porque lei é lei. Mesmo num país como o Brasil.
Tenho mania de achar que as coisas no passado eram melhores: os políticos menos mentirosos, o salário melhor, a gasolina mais barata. Acho, inclusive, que o Recife era menos quente (pelas roupas que as pessoas usavam em fotos antigas).
Seguindo essa teoria, acho que os movimentos estudantis do passado eram mais relevantes. Lutaram pela redemocratização do país, pela saída de Collor e pela reforma universitária.
E se agora está faltando assunto relevante para se lutar contra ou a favor, fica quieto e vai estudar. Porque ocupar o prédio da universidade e quebrar as coisas para fumar maconha é, sinceramente, falta de job.
Vamos engolir esse choro e parar de chorar o leite condensado (licença poética glicosística).
Se não, vocês vão parecer um bando de meninos mimados, criados com vó, que não sabem ouvir um não como resposta.
Não, às vezes é não.
Simples assim.

Por Téta Barbosa é jornalista, publicitária.