sábado, 8 de maio de 2010

Bispos abordam formação de sacerdotes, ecumenismo, PNDH-3 e CEBs


Na coletiva desta sexta-feira, 7, finalizando a primeira semana de trabalhos da Assembleia da CNBB, em Brasília, os bispos abordaram alguns temas discutidos na plenária, nestes dias: a formação dos Presbíteros, ecumenismo, CEBs e PNDH-3. Falaram aos jornalistas o Arcebispo de Montes Claros (MG), Dom José Alberto Moura, o Bispo de Registro (SP), Dom José Luiz Bertanha e o Bispo de Santarém (PA), Dom Esmeraldo Barreto de Farias.

Dom Esmeraldo, em sua colocação destacou a formação dos Presbíteros. Ele recordou que o último documento sobre o assunto foi aprovado em 1995 pela Comissão para a Educação Católica e está vigorando até hoje. E o texto não foi atualizado ainda porque como se sabia que a Conferência de Aparecida teria um grande impacto na evangelização do Brasil, preferiu-se aguardar o documento de Aparecida para a reformulação das diretrizes.

Na assembleia do ano passado as diretrizes foram aprovadas pelos bispos e enviadas para a Comissão para a Educação Católica que elogiou vários aspectos, como o destaque para os seminários como tempo de busca e descoberta de Cristo; a experiência do jovem em descobrir qual o chamado que Deus fez para sua vida; o destaque para a importância do conhecimento de Jesus Cristo como marca fundamental na vida do jovem, pois do contrário, como ele irá amar a Jesus, segui-lo e ser seu discípulo; a Santa Sé elogiou ainda o destaque feito ao Ano Sacerdotal, à importância da dimensão comunitária e a missionariedade dos padres e da Igreja, em geral, sugerida no Documento Aparecida.

Dom Esmeraldo destacou ainda que no texto das diretrizes se sugere uma maior atenção ao seminarista e sua história, com um acompanhamento personalizado. "Hoje se pede muito que o jovem tenha um bom discernimento, ele precisa ter clareza se é esse o caminho que Deus lhe chama", enfatizou.
 
PNDH-3

Os bispos iniciaram hoje o estudo do Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3), com a primeira exposição sobre os fatos históricos do Programa, e de suas versões anteriores. Mas embora os bispos ainda não tenham começado o debate sobre o assunto, na coletiva, Dom Alberto disse que a posição da Igreja continua firme sobre o assunto. "A Igreja defende os direitos humanos, mas não baseado em interesses de grupos ou corporações, e nem por questões religiosas. Ela defende por questões humanas. O direito da pessoa precisa ser respeitado em sua individualidade, valores na defesa da verdade e da vida", destacou.

As reflexões sobre o PNDH-3 continuam no próximo dia, mas ainda nao está confirmado se a CNBB irá se pronunciar ou não sobre o assunto.

Ecumenismo

Dom Alberto destacou que o interesse das diversas denominações cristãs em se unirem para a missão surgiu há anos, na Escócia. Aqui no Brasil essa união aconteceu a partir de 1903, e a Igreja Católica entrou no Movimento Ecumênico a partir do Concílio Vaticano II, "desde então temos tido um dinamismo muito grande nesse sentido"

O bispo explicou que apesar das diferenças, "não é possível ser cristão sem ser ecumênico, porque significa viver como Cristo pediu: 'Que todos sejam um'". "O movimento ecumênico nos aproxima mais dos outros, respeitando as diferencas e entrando em comunhão naquilo que é comum, como por exemplo, a Palavra de Deus, embora ela seja um pouco diferente, no mandamento do amor. Entramos no processo ecumênico para sermos fieis a Jesus e colocando em prática o que ele nos pede".

E recordou que, este ano, o tema da Semana de Oração pelos Cristãos, celebrada na semana anterior ao Pentecostes, será "Vós sereis minhas testemunhas".

CEBs

Dom José Luiz Bertanha recordou o encontro intereclesial das CEBs que aconteceu, o ano passado, em Porto Velho, Rondônia. O evento reuniu cerca de três mil pessoas de todo o Brasil para tratar do assunto ecologia e missão, com o tema "grito do chão desta grande Amazônia".

O objetivo do tema foi chamar a atenção do país para a importância da Amazônia, uma terra cobiçada por causa de suas riquezas, o solo, com suas florestas, e água, com a grande quantidade de rios. O bispo destacou que hoje há uma exploração da floresta em favor do gado e do agronegócio, com plantações de trigo e soja e, que por outro lado, lá existe um povo que cultiva a cultura da grande Amazônia, e é com eles que as CEBs desenvolvem esse trabalho na região. "O nosso povo que está lá são os seringueiros, pescadores, indígenas, ribeirinhos e quilombolas, e as CEBs sao essas 'aglomerações' que buscam cultivar a dignidade da vida".

E explicou que a esplanação feita sobre o assunto ontem, na assembleia, quis "avaliar a caminhada das CEBs, como comunidades de Igreja espalhadas pelo Brasil a fora" e enfatizou que hoje há muitos rostos das CEBs: "não há um único jeito de ser Igreja e sabemos que ela faz parte das estruturas, do jeito de caminhar da Igreja".

Canção Nova

Irmãs estupradas indo para a escola

Diário de Natal on line

A poucos passos de chegar à escola pública onde estudam, duas adolescentes de 14 e 17 anos, ambas irmãs, foram vítimas de estupro, na Zona Norte de Natal, por volta das 18h30 da quinta-feira. Segundo a mais nova, um homem ainda não identificado teria anunciado um assalto e levado ambas para uma casa em construção abandonada, onde praticou o crime. Além do estupro, a mais velha ainda foi agredida pelo acusado. As estudantes desconfiam que o criminoso já conhecia a rotina das garotas.

A mais nova das irmãs conta que, na noite da quinta, como de costume, elas saíram da casa onde moram, para ir a pé ao colégio. O percurso costuma ser de 30 minutos. Ambas estavam sozinhas e conversando quando passaram por uma rua próxima à escola. Em direção oposta às duas garotas, o suspeito se aproximou e anunciou um assalto, armado com uma pistola. Elas o descrevem como um homem moreno, de idade aproximada de 30 anos, usando boné branco, camiseta branca e bermuda vermelha floral. "Elemandou que nós fingíssemos estar conversando com ele e passar para a parte mais escura da rua. Ele pediu que eu entregasse o meu celular".

Rendidas pelo bandido, as garotas foram levadas até uma casa abandonada naquela rua. A casa não possui muros, mas é cercada com arames farpados. Elas foram forçadas a atravessar a cerca e ir até o quintal, onde o suspeito exigiu que ambas tirassem a roupa. A mais velha teria implorado para não ser abusada ou morta, mas isso teria irritado o criminoso, que a agrediu diversas vezes, esmurrando-a nos braços, nos seios e na cabeça. "Pedi que não me matasse, porque tenho marido e um filho de dois anos e não queria perdê-los".

A adolescente de 14 anos afirma que o estuprador chegou a abandonar a arma durante o ato sexual. Porém, mesmo assim, nenhuma delas se atreveu a tomar qualquer reação. "Eu fiquei com medo de ele nos fazer alguma coisa, pois era bem mais forte do que nós. E, depois, não teríamos para onde correr rapidamente por causa da cerca. Ele poderia pegar a arma antesde atravessarmos". Os momentos de aflição nas mãos do criminoso duraram cerca de uma hora, de acordo com as vítimas. Ao final, o bandido exigiu que elas permanecessem no imóvel por 10 minutos depois que ele fugisse. Ele então saiu, sem deixar pistas.

Elas esperaram o período exigido pelo criminoso e então foram até a escola, onde relataram o fato para conhecidos. A polícia foi então acionada e partiu em busca do suspeito, juntamente com as garotas. No entanto, o culpado não foi localizado. Em seguida, elas foram encaminhadas ao Hospital Santa Catarina, onde receberam os primeiros cuidados médicos, depois foram à delegacia de plantão da Zona Norte, onde foi prestada a queixa. Por fim, foram ao Instituto Técnico Científico de Polícia (Itep), onde passaram por exame de conjunção carnal e de corpo e delito.

Choque
Ambas estão muito abaladas após o crime. A mais nova afirma que, a partir de agora, não irão mais à escola a pé, mas devem ir de ônibus. Elas temem ainda que o criminoso as conheçam. "Ele disse que há tempos vinha nos observando. Ele chegou até a exigir que eu cantasse uma música do Grafith". O crime deverá ser agora investigado pela Delegacia de Defesa da Criança e do Adolescente (DCA). A equipe do DN tentou contato com a delegada titular, Adriana Shirley, mas ela está de licença médica.