sábado, 13 de março de 2010

"Estatuto" do PCC é encontrado em Alcaçuz

Diário de Natal

Durante uma aula prática no Presídio de Alcaçuz, no município de Nísia Floresta, região metropolitana de Natal, cerca de 300 alunos do curso de agente penitenciário realizaram uma revista na unidade prisional e tiveram uma supresa: um caderno foi encontrado com o estatuto da facção criminosa paulista PCC (Primeiro Comando da Capital) em uma das celas. Segundo o coordenador de administração penitenciária do estado, José Deques, o setor de inteligência do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) agora investigará qual ligação o detento Elias Freitas Ferreira, dono do caderno, tem com a organização.José Deques conta que o objeto foi encontrado durante uma aula prática feita com uma das turmas de agentes penitenciários aprovados no último concurso. Com apoio de instrutores, os alunos fizeram uma revista em todo o pavilhão 1. Foram encontrados ainda 15 aparelhos celulares, chips e armas artesanais.

O coordenador da Coape explica que o caderno encontrado continha, escrito à mão, os 22 artigos do estatuto do PCC, com princípios a serem seguidos pela organização criminosa, com o objetivo de "defender os direitos" dos detentos. Ele estava com o detento Elias Freitas, que cumpre pena por um homicídio, praticado na capital potiguar. "Ainda vamos investigar a relação dele com o PCC".

O Primeiro Comando da Capital é uma facção criminosa paulista, fundada em 31 de agosto de 1993 por oito detentos do da Casa de Custódia de Taubaté, que acolhia presos de alta periculosidade no estado de São Paulo. A pretensão do grupo era o de "combater a opressão no sistema prisional paulista" e vingar a morte dos detentos no chamado "massacre do Carandiru", no qual 111 presos foram mortos pela Polícia Militar de São Paulo durante uma rebelião no presídio da capital, em 2 de outubro de 1992. A organização já organizou diversas rebeliões, inclusive simultâneas, em vários presídios do Sudeste do país. Em maio de 2006, o PCC instalou o caos na capital paulista, coordenando assassinatos de policiais, guardas municipais e bombeiros.

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