quinta-feira, 26 de abril de 2012

Testemunhas de Cristo

Jesus, novamente, vai ao encontro dos Seus discípulos-apóstolos e lhes deseja a paz! "A paz esteja convosco!"
Jesus demonstra, com a Sua presença física, depois da Ressurreição, que está vivo. Ele, diante de Seus discípulos atônitos e medrosos, pede que eles coloquem as mãos em Suas chagas e em Seu lado e vejam, com fé, que Ele está vivo, que Ele venceu a morte e ressuscitou, verdadeiramente, em Corpo e Alma.
Ao partir o pão, os discípulos, despertados de sua incredubilidade, O reconhecem e são convocados pelo próprio Cristo Ressuscitado a dar testemunho d'Ele a todo o mundo. Jesus, ao pregar a conversão e o perdão dos pecados, nos convida a viver intensamente o mistério da nossa fé trinitária: se o batismo nos purifica de nossos pecados, é na vivência dominical do Sacramento da Eucaristia em que nós reconhecemos, recebemos, comungamos e testemunhamos Jesus Cristo Ressuscitado.
Nós não vemos Jesus fisicamente. Mas nós cremos que o Senhor está presente nos sinais do pão e do vinho consagrados, que se tornam o Corpo e o Sangue do Senhor Jesus Ressuscitado. Jesus, tendo sido injustamente condenado à morte, ressuscitou da morte. Como São Pedro nos ensinou a acreditar em Cristo Ressuscitado. Jesus, morto e ressuscitado, se manifestou aos discípulos e estes dão testemunho de que Cristo ressuscitou verdadeiramente.
Nós cristãos, que acreditamos e seguimos o Cristo Ressuscitado, devemos viver coerentemente a nossa fé católica. Viver e testemunhar uma fé no amor e no perdão ao próximo. Viver e praticar diariamente, não só exteriormente, os Mandamentos de Deus, porque não há separação entre fé e vida. A nossa fé é comunitária e devemos dar a dimensão ética social a ser testemunhada a todos os homens e mulheres de boa vontade, em todos os ambientes de nossa vida. Sejamos testemunhas credíveis de Jesus Cristo dando o testemunho de nossa vida cristã!

Dom Eurico dos Santos Veloso
Arcebispo Emérito de Juiz de Fora(MG)

domingo, 1 de abril de 2012

"Amarás o Senhor sobre todas as coisas"

O Senhor revela Sua Lei a Moisés para que este a transmita a Seu povo. A vida de santidade – tanto no Antigo como no  Novo Testamento – é direcionada a partir das normas contidas na Aliança de Deus com o Seu povo por intermédio dos Dez Mandamentos (cf. Ex 20, 2-17; Dt 5, 6-21). 
De acordo com o Catecismo da Igreja Católica, os Dez Mandamentos, ou Decálogo, significam «dez palavras» (cf. Ex 34,28). Estas palavras se resumem na Lei, dada por Deus ao povo de Israel, no contexto da Aliança, por intermédio de Moisés. Este, ao apresentar os Mandamentos do amor a Deus (os três primeiros) e ao próximo (os outros sete), traça, para o povo eleito e, para cada um de nós em particular, o caminho duma vida liberta da escravidão do pecado.
O Decálogo é compreendido à luz dessa Aliança de Deus com Seu povo, no qual o Senhor se revela e dá a conhecer a Sua vontade. Na observância dos Dez Mandamentos, o povo mostra a sua pertença ao Senhor e responde com gratidão à iniciativa de amor d'Ele. Bento XVI nos ensina que Cristo não somente é um modelo de cumprimento perfeito das Leis Divinas, como também é em si a revelação do Pai, o mandamento do Senhor, revelando o pleno significado destas e atestando a sua perenidade. Seguir Jesus implica observá-las [Leis  Divinas], o homem é convidado a encontrá-las na pessoa do Divino Mestre.
O primeiro mandamento é: “Amarás o Senhor teu Deus com todo teu coração, com toda tua alma e com todas as tuas forças”.
Todo o homem tem o direito e o dever moral de procurar a verdade, em especial no que se refere a Deus e à Sua Igreja, e, uma vez conhecida, abraçá-la e guardá-la fielmente, prestando ao Senhor um culto autêntico. Ao mesmo tempo, a dignidade da pessoa humana requer que, em matéria religiosa, ninguém seja forçado a agir contra a própria consciência nem seja impedido de agir em conformidade com ela, dentro dos limites da ordem pública, privada ou publicamente, de forma individual ou associada.
"Os Dez Mandamentos implicam, para o fiel, guardar e praticar as três virtudes teologais e evitar os pecados que se lhes opõem. A fé crê em Deus e rejeita o que lhe é contrário, como, por exemplo, a dúvida voluntária, a incredulidade, a heresia, a apostasia e o cisma. A esperança é a expectativa confiante da visão bem-aventurada de Deus Pai e da Sua ajuda, evitando o desespero e a presunção. A caridade ama a Deus Pai sobre todas as coisas; são rejeitadas, portanto, a indiferença, a ingratidão, a tibieza, a acédia ou preguiça espiritual e o ódio ao Senhor, que nasce do orgulho" (CCIC n. 445).
Implica da mesma forma, adorar a Deus como Senhor de tudo o que existe; prestar-Lhe o culto devido individual e comunitariamente, rezar-Lhe com expressões de louvor, ação de graças, intercessão e de súplica, oferecer-Lhe sacrifícios, sobretudo o sacrifício espiritual da nossa vida, em união com o sacrifício perfeito de Cristo, e manter as promessas e os votos que fizermos a Ele.
O Compêndio do Catecismo da Igreja Católica (CCIC n. 445) também afirma que os Dez Mandamentos proíbem o politeísmo e a idolatria, pois estes divinizam a criatura, o poder, o dinheiro, e até mesmo o demônio. Assim como proíbem a superstição, um desvio do culto devido ao verdadeiro Deus, expressa nas várias formas de adivinhação, magia, feitiçaria e espiritismo; bem como a irreligião, expressa no tentar a Deus com palavras ou atos, no sacrilégio, que profana pessoas ou coisas sagradas, sobretudo a Eucaristia, e na simonia, que pretende comprar ou vender realidades espirituais. Proíbem também o ateísmo, que nega a existência de Deus, fundando-se muitas vezes numa falsa concepção de autonomia humana; e o agnosticismo, segundo o qual nada se poder saber de Deus, que inclui o indiferentismo e o ateísmo prático.
Outro ponto interessante a ser abordado está na afirmação contida em Êxodos 20,3: “não farás para ti qualquer imagem esculpida”. Isso significa que, no Antigo Testamento, este mandamento proibia representar o Deus absolutamente transcendente. Porém, a partir da Encarnação do Filho de Deus, o culto cristão das imagens sagradas é justificado (como afirma o segundo Concílio de Niceia, de 787), porque se funda no Mistério do Filho de Deus feito homem, no qual Deus transcendente se torna visível. Não se trata de uma adoração da imagem, mas de uma veneração de quem nela é representado: Cristo, a Virgem Santíssima, os anjos e os santos.(CCIC, n. 446)
Enfim, na certeza de que esses mandamentos são semelhantes aos sinais de trânsito, que se não observados causam um caos social, devemos respeitar e viver bem os preceitos do Senhor para não causarmos em nós mesmos o caos do pecado, e assim nos afastarmos da nossa meta de santidade. Somos chamados a voltar para o Senhor e amá-Lo sobre todas as coisas, renunciando ao politeísmo, à idolatria, à superstição, à irreligião, ao ateísmo, ao agnosticismo e a tudo o que nos afasta d'Ele, para desta forma restabelecer em nossa vida a aliança com o Senhor.

quarta-feira, 28 de março de 2012

"A Copa do Mundo é da Fifa e apenas ocorre no Brasil", lembra vice-presidente da entidade

Demonstrando irritação com o comportamento do governo brasileiro e a demora na aprovação da Lei Geral da Copa, o vice-presidente da Fifa, o argentino Julio Grondona, deu um recado ao Brasil lembrando que "A Copa do Mundo é da Fifa e ela apenas ocorre no Brasil".
A declaração, dada ao jornal O Estado de São Paulo, mostra que o Brasil terá dificuldades em impor suas leis. Um dos grandes problemas na aprovação da Lei Geral da Copa está na venda de álcool em estádios, que por normas locais é proibida em 11 dos 12 Estados que serão sede da Copa.

Jose Maria Marin, novo presidente da CBF e do COL, está em Zurique e garantiu que o Brasil vai cumprir as determinações da Fifa no "devido tempo" e que será um acordo que respeitará os interesses do Brasil e da entidade. A Fifa se queixa que a aprovação da lei está cinco anos atrasada. 
 
Para isso, Marin conta com a possibilidade da liberação da bebida ser aprovada apenas nos 12 estados que receberão jogos do Mundial, não excluindo uma Medida Provisória. O novo presidente faz apenas um porém, lembrando que a aprovação é responsabilidade do governo e não do COL.
 
Demonstrando preocupação com a insistência do governo brasileiro em não aceitar as exigências da entidade, Grondona declarou. "O que a Fifa exige não é um capricho". Já o argelino Mohamed Raouraoua, integrante do Comitê Executivo da Fifa, aponta a falta de poder da presidente Dilma em se impor diante do Congresso e da base aliada. "Qual é o poder real da presidente do Brasil?", questionou.

O sacramento da unção dos enfermos

No ritual da unção dos enfermos encontra-se a seguinte petição a Deus:“Por esta santa unção e pela Sua infinita misericórdia, o Senhor venha em teu auxílio com a graça do Espírito Santo, para que, liberto dos teus pecados, Ele te salve e, na Sua misericórdia, alivie os teus sofrimentos”. Esta oração contém o objeto central desse sacramento, ou seja, confere a ele uma graça especial que une mais intimamente o doente a Cristo.
Jesus veio para revelar o amor de Deus. Frequentemente faz  isso nas áreas e situações em que nos sentimos especialmente ameaçados em função da fragilidade de nossa vida, devido às doenças, morte, etc.. Deus Pai quer que nos tornemos saudáveis no corpo e na alma e reconheçamos nisso a instauração do Reino d'Ele. Por vezes, só com a experiência da enfermidade percebemos que precisamos do Senhor mais do que tudo. Não temos vida, a não ser em Cristo. Por isso os doentes e os pecadores têm um especial instinto para perceber o que é essencial.
No Antigo Testamento, o homem doente experimenta os seus limites e, ao mesmo tempo, percebe que a doença está ligada misteriosamente ao pecado. Os profetas intuíram que a enfermidade poderia ter também um valor redentor em relação aos próprios pecados e aos dos outros. Assim, a doença era vivida diante de Deus, do qual o homem implorava a cura. No Novo Testamento eram os enfermos que procuravam a proximidade de Jesus, procurando “tocá-Lo, pois d'Ele saía uma força que a todos curava” (Lc 6,19). A compaixão de Jesus Cristo pelos doentes e as numerosas curas de enfermos são um claro sinal de que, com Ele, chegou o Reino de Deus e a vitória sobre o pecado, o sofrimento e a morte. Com a Paixão e Morte o Senhor dá um novo sentido ao sofrimento, o qual, se for unido ao d'Ele, pode ser meio de purificação e de salvação para nós e para os outros.A Igreja, tendo recebido do Senhor a ordem de curar os enfermos, procura pôr isso em prática com os cuidados para com os doentes, acompanhados da oração de intercessão. Ela possui, sobretudo, um sacramento específico em favor dos enfermos, instituído pelo próprio Cristo e atestado por São Tiago: «Quem está doente, chame a si os presbíteros da Igreja e rezem por ele, depois de o ter ungido com óleo no nome do Senhor» (Tg 5,14-15).
Desta forma, o sacramento da unção dos enfermos pode ser recebido pelo fiel que começa a se sentir em perigo de morte por doença ou velhice. O mesmo fiel pode recebê-lo também outras vezes se a doença se agravar ou então no caso doutra enfermidade grave. A celebração desse sacramento, se possível, deve ser precedida pela confissão individual do doente. A celebração deste sacramento consiste essencialmente na unção com óleo benzido, se possível, pelo bispo, na fronte e nas mãos do enfermo (no rito romano, ou também noutras partes do corpo segundo outros ritos), acompanhada da oração do sacerdote, que implora a graça especial desse sacramento. Ele só pode ser administrado pelos sacerdotes (bispos ou presbíteros).
Este sacramento confere uma graça especial que une mais intimamente o doente à Paixão de Cristo, para o seu bem e de toda a Igreja, dando-lhe conforto, paz, coragem, e também o perdão dos pecados, se ele não puder se confessar. E consente, por vezes, se for a vontade de Deus, também a recuperação da saúde física do fiel. Em todo o caso, essa unção prepara o enfermo para a passagem à Casa do Pai. Por isso, concede-lhe consolação, paz, força e une profundamente a Cristo o doente que se encontra em situação precária e em sofrimento. Tendo em vista que Senhor passou pelas nossas angústias e tomou sobre Si as nossas dores.
Muitos doentes têm medo desse sacramento, e adiam-no para o fim, porque pensam se tratar de uma espécie de “sentença de morte”. No entanto, é o contrário disso: a unção dos enfermos é uma espécie de “seguro de vida”. Quem, como cristão, acompanha um enfermo deve libertá-lo desse falso temor. A maior parte das pessoas que está em risco de vida tem a intuição de que nada mais é importante nesse momento do que a confiança imediata e incondicional Àquele que superou a morte e é a própria Vida: Nosso Senhor Jesus Cristo, nosso Salvador. 
Fonte: cancaonova.com

terça-feira, 27 de março de 2012

O católico e a Igreja

Não se pode ser “mais ou menos católico”, isto é, aceitar uma ou outra verdade religiosa ensinada pela Igreja, deixando algumas de lado. Isso é orgulho espiritual de alguém que pensa saber mais do que a Igreja, assistida e guiada pelo Espírito Santo desde Pentecostes (cf. João 14,15.25; 16,12-13; Lucas 10,16).
O Catecismo da Igreja Católica (CIC) ensina que o que nos salva é a verdade:

“Com efeito, Deus quer que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade" (I Tm 2,4). Deus quer a salvação de todos pelo conhecimento da verdade. A salvação está  na verdade” (CIC § 851).
E São Paulo afirma que “a Igreja é a coluna e o fundamento da verdade” (I Tm3,15).

“A missão do Magistério está ligada ao caráter definitivo da Aliança instaurada por Deus em Cristo com seu Povo; deve protegê-lo dos desvios e dos afrouxamentos e garantir-lhe a possibilidade objetiva de professar sem erro a fé autêntica. O ofício pastoral do Magistério está, assim, ordenado ao cuidado para que o Povo de Deus permaneça na verdade que liberta. Para executar este serviço, Cristo dotou os pastores do carisma de infalibilidade em matéria de fé e de costumes. O exercício deste carisma pode assumir várias modalidades” (CIC § 890).

O grande Papa São Gregório VII (1073-1085), que quebrou a fúria de Henrique IV e a triste “investidura leiga” dos séculos X e XI, declarou no seu documento Dictatus Papae: “A Igreja romana nunca errou, e segundo o testemunho das Escrituras nunca cairá no erro.” (n,22) “Ninguém deve ser considerado católico se não estiver de pleno acordo com a Igreja Católica.” (n.26). (Registrum Gregorii VII,MGH, Ep. Sel. II, n. 55ª - História da Igreja, Roland Frohlich).

O grande padre Leonel França, o maior jesuíta que Brasil conheceu, (1893-1948), fundador e reitor da primeira Universidade Católica do Brasil: PUC- RJ, disse: “[...] Quem não tem um conceito exato, uma percepção viva da infinita, absoluta e inefável majestade de Deus, na inviolabilidade soberana dos seus direitos, não pode entender a intransigência dogmática da Igreja Católica. A Igreja não é autora de um sistema humano, filosófico ou religioso, é depositária autêntica de uma revelação divina".
Cristo ensinou-nos uma doutrina celeste: "A doutrina que eu vos ensinei é d’Aquele que me enviou" (São João, 7,16; 12,49). Aos seus discípulos ordenou que a transmitissem a todo o gênero humano na sua integridade incorruptível. "Ensinai-lhes a observar tudo o que vos mandei' (Mt 26,20). E para que a falibilidade humana não alterasse o depósito divino, prometeu-lhes a eficácia preservadora de sua assistência. "Estarei convosco até o fim dos séculos".A Igreja Católica tem, pois, promessa divina de imortalidade e infalibilidade. Não foi, não será nunca infiel à sublimidade da sua missão. Quando a sinagoga, alarmada com os prodígios que sancionavam o Cristianismo nascente, prendeu os apóstolos e lhes impôs um silêncio criminoso, Pedro respondeu aos sinedritas um sublime: “non possumus” (não podemos).

No volver dos séculos nunca desmentiu a Igreja as promessas deste seu batismo de sinceridade. Todas as vezes em que o erro, armado como a força, mascarado como o sofisma ou “sub dolo” como a política, bateu às portas do Vaticano, pedindo ou impondo-lhe uma concessão, uma aliança, um compromisso, saiu-lhe ao encontro um ancião inerme e venerável na candura simbólica de suas vestes, e, com voz firme e olhar fito no céu, respondeu-lhe: “Non possumus...”.

E a Igreja continuará assim a sua missão de Mãe e Mestra da fé, até que o Cristo volte. São Paulo disse que sempre haveria hereges e heresias, que surgem de dentro da Igreja. Mas o Apóstolo disse que isso era bom para que saibamos onde está o erro e a verdade.

O bom católico não discute o que a Igreja ensina, ele ama e vive com ação de graças o que ela lhe diz. É grato a Deus por lhe mostrar pela Igreja o caminho reto que leva à felicidade neste mundo e ao céu na eternidade. Quando eu era menino ensinaram-me uma oração que nunca esqueci e que fiz dela minha norma de vida. É o ATO DE FÉ:

“Eu creio firmemente que há um só Deus, em três Pessoas realmente distintas: Pai, Filho e Espírito Santo. Creio que o Filho de Deus se fez homem, padeceu e morreu na cruz para nos salvar e ao terceiro dia ressuscitou. Creio em tudo o mais que crê e ensina a Santa Igreja Católica, porque Deus, Verdade infalível, o revelou. Nesta crença quero viver e morrer”.

segunda-feira, 26 de março de 2012

Hoje a Igreja Celebra a Solenidade da Anunciação do Senhor

Evangelho (Lucas 1,26-38)ngelho (Lucas 1,26-38)

— O Senhor esteja convosco.

— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor!

Naquele tempo, 26o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, 27a uma virgem, prometida em casamento a um homem chamado José. Ele era descendente de Davi e o nome da Virgem era Maria. 28O anjo entrou onde ela estava e disse: “Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!”
29Maria ficou perturbada com estas palavras e começou a pensar qual seria o significado da saudação. 30O anjo, então, disse-lhe: “Não tenhas medo, Maria, porque encontraste graça diante de Deus. 31Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus. 32Ele será grande, será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi. 33Ele reinará para sempre sobre os descendentes de Jacó, e o seu reino não terá fim”.
34Maria perguntou ao anjo: “Como acontecerá isso, se eu não conheço homem algum?”35O anjo respondeu: “O Espírito virá sobre ti, e o poder do Altíssimo te cobrirá com sua sombra. Por isso, o menino que vai nascer será chamado Santo, Filho de Deus.36Também Isabel, tua parenta, concebeu um filho na velhice. Este já é o sexto mês daquela que era considerada estéril, 37porque para Deus nada é impossível”. 38Maria, então, disse: “Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra!” E o anjo retirou-se.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.

terça-feira, 20 de março de 2012

A beleza do Cristianismo

O filósofo espanhol Julián Marías, ao comentar sobre as perseguições antigas e presentes ao Cristianismo, afirmou que não se compreende a hostilidade contra algo que é admirável. Assim, o ódio anticristão seria intrinsecamente irracional. Efetivamente, o que há de mais belo neste mundo do que o Cristianismo? Uma Virgem concebe e dá à luz um Menino. Este Menino é o próprio Deus feito homem, andando no mundo e vivendo a vida dos homens, com suas dores e alegrias; o Verbo Criador, sem nada perder de Sua divindade, assume a natureza humana de Sua criatura. «Verdadeiro homem, concebido do Espírito Santo e nascido da Virgem Maria, viveu em tudo a condição humana, menos o pecado, anunciou aos pobres a salvação, aos oprimidos, a liberdade, aos tristes, a alegria» (Oração Eucarística n. 4).
Filho eterno de Deus Pai, consubstancial com o Pai e o Espírito Santo na mesma e única Essência divina, doou-se totalmente para a salvação da humanidade e reparar o pecado do homem. «Porque Deus amou de tal modo o mundo, que lhe deu seu Filho Unigênito, para que todo o que crê n’Ele não pereça, mas tenha a vida eterna» (Jo 3,16). Este Deus feito homem deixou-se crucificar pelos homens e ao terceiro dia ressuscitou dos mortos, vencendo a morte e nos dando a vida. Após a Ressurreição, apareceu aos discípulos e subiu aos céus, «não para afastar-se de nossa humildade, mas para dar-nos a certeza de que nos conduzirá à glória da imortalidade» (prefácio da Ascensão).
Pois então, existe história mais bonita que esta? Uma história sublime e ao mesmo tempo tão simples, que não encontra emulação em página alguma da literatura humana. Podem convocar todos os críticos literários do mundo, nenhum deles, honestamente, poderá apontar narrativa mais bela que o Evangelho. Nada do que a criatividade humana soube escrever pode ousar comparar-se. Esta é uma das provas da autoria divina dos Evangelhos: aquilo não pode ser obra humana, pois nada do que o homem produziu se lhe compara. Só o mesmo Deus poderia compor história tão bela, capaz de comover os homens de todos os tempos e de todos os lugares. Ademais, as narrativas que o homem criou foram inventadas pela imaginação e produzidas com papel e tinta, enquanto Deus fala nos fatos: antes de ser escrita nos livros, a narrativa evangélica foi representada diante dos homens por personagens de carne e osso, mediante fatos reais.

Assista: "O Belo para Deus", com professor Felipe Aquino 













E se o Evangelho, centro da Sagrada Escritura, resplandece por sua sublime beleza, nem por isso o restante da Sacra Página encontra-se privado de encanto e ornamento. Vejam só a história de Abraão e de Sara, de Isaac e de Rebeca, e de Jacó que «sete anos de pastor serviu Labão, pai de Raquel, serrana bela» (Camões). A história de José, vendido por seus irmãos e depois salvando os mesmos irmãos que o tinham entregue, numa figura do Messias que viria. A singela história de fé de Tobias e a luta heroica dos macabeus. E, no Novo Testamento, a conversão de São Paulo no caminho de Damasco: o perseguidor que se torna o apóstolo dos gentios, pregando o Verbo entre os surdos e os descrentes. Entre tantos outros episódios que poderiam ser citados.
Porém, de fato, o que pode haver de mais belo do que Deus assumindo a nossa própria natureza? «O Verbo se fez carne, e habitou entre nós» (Jo 1,14). Este é o mistério da Encarnação do Verbo Divino; é, em certo sentido, a diferença específica do Cristianismo. Em nenhuma outra religião o Deus único e Criador de todas as coisas assumiu a natureza humana, tornando-se «em tudo à nossa semelhança, exceto no pecado» (cf. Hb 4,15), tomando para si um corpo e uma alma de homem. Ainda não contente, quis esse Deus ser mesmo nosso alimento na Eucaristia, em que Ele está substancialmente presente em Sua divindade e humanidade.
O Cristianismo não é apenas belo em si, como também é produtor de beleza. Por séculos, a verdade cristã inspirou os maiores artistas e promoveu a produção de inúmeras obras artísticas que enriqueceram a civilização não apenas nas letras, como em cada uma das belas artes. Diante dos magníficos tesouros artísticos produzidos e inspirados pelo Cristianismo, o que uma doutrina como o ateísmo teria a oferecer de semelhante? Será que a negação de Deus pode ser suficiente para inspirar um artista a produzir coisas belas?

Por Rodrigo R. Pedroso