sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Homens têm mais prazer em limpar a casa do que mulheres

AI, QUE DELÍCIA

Thiago Perin


A gente já contou que, dizem, homens machistas rendem maridos melhores (não viu ainda?). Mas também dá para ser feliz indo na direção contrária à tradição da típica dona de casa. Uma dupla de pesquisadores (uma mulher e um homem, para mostrar que ninguém puxou a sardinha para o seu lado) de universidades do Texas e da Louisiana, nos EUA, entrevistou 458 voluntários, casados e de ambos os sexos, e descobriu duas coisas. A primeira é bem óbvia: se o casal está satisfeito com a divisão das tarefas domésticas em casa, isso se reflete positivamente no relacionamento dos dois. E se algum se sente injustiçado, é claro, lá vem “conflito, culpa e ressentimento”. Mas a segunda descoberta surpreendeu: “embora as mulheres tivessem níveis mais elevados de limpeza, os homens indicaram maior ‘gosto’ pelas tarefas domésticas”, diz o estudo. Sinal de que nem tudo está perdido para as feministas.
 
Por Thiago Perin

5 tratamentos psiquiátricos bizarros que caíram em desuso

Por Ana Carolina Prado

Até que se entendessem as doenças mentais, muita coisa absurda já foi feita para dar um jeito nos loucos. De choque térmico por infecção pelo protozoário da malária (!) a perfurações no crânio (ambos tendo rendido o Prêmio Nobel a seus criadores!), listamos 5 “tratamentos” bizarros já usados para curar males psiquiátricos.
1- Infecção por malária
Estamos nos anos 30 e a sífilis, incurável nessa época, é a maior causa de demência no mundo. Ninguém sabe o que fazer com tanta gente paranóica, violenta e incontrolável nos manicômios. Mas aí o médico austríaco Julius Wagner von Jauregg observou que, quando essas pessoas contraíam alguma doença que provocasse episódios de febre alta e convulsão, a loucura ia embora. O que o doutor Julius fez, então? É. Ele colocou o sangue contaminado de um soldado com malária em nove pacientes com paresia crônica, a demência que ocorre em um estágio avançado da sífilis, para que elas contraíssem febre alta e tivessem convulsões. O resultado foi impressionante e até lhe rendeu um Premio Nobel em 1927: ele conseguiu recuperação completa em quatro desses pacientes e uma melhora em mais dois. “Parece absurdo dar o Prêmio Nobel a alguém que infectava os pacientes com a malária, mas o desespero na época era muito grande”, diz Renato Sabbatini, neurocientista da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Esse tratamento, obviamente, era muito perigoso (você melhorava da loucura, mas ganhava a malária de presente) e deixou de ser usado nos anos 60, com a descoberta de antibióticos e medicamentos próprios para problemas mentais.
2- Terapia por choque insulínico
Em 1927, o neurologista e psiquiatra polonês Manfred Sakel pesou a mão na dose de insulina que aplicou em uma paciente diabética (que era, dizem, uma cantora lírica famosa na época) e ela entrou em coma. Mas o que poderia ter sido um desastre virou uma bela descoberta: a mulher tinha psicose maníaco-depressiva e obteve uma notável recuperação de suas faculdades mentais. Então Sakel descobriu que o tratamento era eficaz para pacientes com vários tipos de psicoses, particularmente a esquizofrenia. “Esta foi uma das mais importantes contribuições jamais feitas pela psiquiatria”, diz Sabbatini. A técnica passou a ser usada em todo o mundo, mas o entusiasmo inicial diminuiu depois que estudos mostraram que a melhora era, na maioria das vezes, temporária. Sem contar, é claro, que era extremamente perigoso. Assim, esse tratamento também caiu em desuso após a descoberta de medicamentos mais adequados.
3- Trepanação
Achados arqueológicos mostram que a trepanação, cirurgia em que era aberto um buraco (geralmente de 2,5cm a 3,5 cm de diâmetro) no crânio das pessoas, já era feita em várias partes do mundo 40 mil anos atrás. A cirurgia era realizada em rituais religiosos para liberar a pessoa de demônios e espíritos ruins – quando, na verdade, ela era vítima de doenças mentais. Até hoje é realizada por algumas tribos da África e da Oceania para fins rituais e em alguns centros modernos de neurologia para aliviar a pressão intracraniana em caso de fortes pancadas na cabeça, por exemplo. Mas não só. “Se esse procedimento for feito por algum outro motivo, isso é bizarro e perigoso”, afirma Sabbatini. Mas existem organizações hoje que defendem essa técnica “como forma de facilitar o movimento do sangue pelo cérebro e melhorar as funções cerebrais que são mais importantes do que nunca para se adaptar a um mundo em cada vez mais rápida evolução”. Isso é o que diz o site de um grupo internacional em defesa da trepanação, que defende que qualquer pessoa que deseje melhorar suas funções mentais e sua qualidade de vida deve poder realizar o procedimento.
4- Lobotomia

Os cirurgiões americanos Walter Freeman e James Watts, que aperfeiçoaram a técnica da lobotomia.
A trepanação deu origem a outro procedimento macabro: a lobotomia, incisão pequena para separar o feixe de fibras do lobo pré-frontal do resto do cérebro. Como isso provoca o desligamento na parte das emoções, pessoas agitadas se acalmavam como se tivessem tomado tranquilizantes. Essa técnica, criada pelo neurologista português Antônio Egas Moniz, foi realizada pela primeira vez em 1935 e também lhe rendeu um Nobel, em 1949. Os resultados foram tão bons, que a lobotomia começou a ser usada em vários países como uma tentativa de reduzir psicose e depressão severa ou comportamento violento em pacientes que não podiam ser tratados com qualquer outro meio (na ocasião, não havia muitos). O problema é que a técnica, que deveria ser o último recurso, passou a ser usada maciçamente nos manicômios para controlar comportamentos indesejáveis – inclusive em crianças agitadas e adolescentes rebeldes. Entre os anos de 1945 e 1956, mais de 50,000 pessoas foram sujeitas a lobotomia no mundo inteiro. E os efeitos colaterais eram horríveis: a pessoa virava um vegetal – sem emoções, apáticas para tudo. Com o aparecimento de drogas efetivas contra ansiedade, depressão e psicoses, nos anos 50, e com a evidência de seu abuso difundido e efeitos colaterais, a lobotomia foi abandonada.
5- Mesmerismo
O médico austríaco Franz Anton Mesmer acreditava ser possível aliviar sintomas clínicos e psicológicos passando imãs sobre o corpo de seus pacientes – procedimento conhecido como mesmerismo. “Mesmer acreditava que os fluidos do corpo eram magnetizados e que muitas doenças físicas e mentais eram causadas pelo desalinhamento desses fluidos. Ele também achava que era possível obter os mesmos resultados sem os imãs, passando apenas as mãos sobre o corpo do paciente”, explica o professor de psicologia Renato Sampaio Lima, da Universidade Federal de Sergipe (UFS). Ahhh, o poder da sugestão. Era tudo picaretagem. Ou efeito placebo, para ser mais exato. Esta arte de cura disseminou-se entre outros praticantes no século XVIII e chegou aos Estados Unidos no início do século XIX. Mesmer foi expulso de vários países e cidades porque não conseguiu provar a eficiência do seu método, mas ganhava uma grana dos crédulos. “Em todos os lugares em que ele foi, a comunidade médica o repudiou. Ele pegava madames com doenças psicossomáticas leves, fáceis de tratar com placebo, e baseava o seu prestigio nesse efeito”, completa Sabbatini. O suposto sucesso não dependia das técnicas usadas, mas no seu poder de persuasão. Após muitas críticas, a prática do mesmerismo caiu em desuso no início do século XX.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Hoje é o aniversário do meu pequeno Felipe

Hoje é um dia muito especial, pois há 4 anos recebíamos de presente Felipe, uma criança linda e encantadora. Comemoramos 4 anos deste pequeno que a cada dia nos surpreende mais e mais. Que Deus sempre o proteja e o faça um grande Homem.

Papai, Mamãe e seu irmão Alef te amam muito!

No sofrimento, onde está o amor? Já ouvi dizer que o sofrimento é característica dos verdadeiros amantes

Muito me pergunto qual a verdadeira relação entre sofrimento e amor? Já ouvi dizer que o sofrimento é característica dos verdadeiros amantes, mas, ao mesmo tempo, no cotidiano percebemos que, muitas vezes, os sofrimentos que trazemos nos afastam de sentimentos e ações ligados ao amor. Existe alguma ligação entre essas duas realidades ou são completamente antagônicas?
Na maioria das ocasiões em que pensamos sobre o assunto [sofrimento], vêm à nossa mente emoções e sensações ligadas à dor, a frustrações ou à ausência de prazer. Com isso, somos propensos a pensar que o sofrimento não tem ligação com o amor. Exatamente porque, quando experimentamos alguma situação de dor, talvez não consigamos identificar nela a realidade do amor. Mas fazendo uma leitura cristã – e aqui eu apoio-me em uma reflexão de Bento XVI – o sofrimento se torna um trampolim, um degrau, uma característica de quem realmente ama.
Assim diz o Santo Padre em uma das suas alocuções: “Não há amor sem sofrimento, sem o sofrimento da renúncia a si mesmo, da transformação e purificação do eu para a verdadeira liberdade. Onde não houver algo pelo qual valha a pena sofrer, também a própria vida perde o seu valor”. A partir dessa reflexão, podemos compreender que o sofrimento toma uma conotação positiva, exatamente porque ele é carregado de sentido. Dessa maneira, ele faz-nos perceber que determinada situação ou pessoa é carregada de significado para nós. Ao passo que identificamos que realmente existe o amor, temos a oportunidade de assumir as consequências dessa atitude de amar mesmo que ela traga, em determinado momento, o desafio do sofrer.
Mas esse sofrer que refletimos e que Bento XVI nos aponta, não é um sofrer passivo, pelo contrário, é um sofrer ativo. Não ficamos parados, inertes em nosso dia a dia esperando o sofrimento. É o movimento completamente diferente, a partir do momento em que caminhamos em direção a determinado objetivo, motivados pelo amor, deixamo-nos purificar pelos sofrimentos que a própria vida nos apresenta. Lembre-se: todos sofremos! Agora, depende somente de você a resposta a esse sofrimento; tenha coragem, não fuja. Esse degrau é importantíssimo para a sua felicidade. Lembre-se: sofrimentos podem se tornar degraus para o nosso crescimento.
Ao olharmos para o exemplo do Cristo percebemos que o suplício da Cruz e toda a sua humilhação só valeram a pena, só tiveram sentido porque no coração d'Ele o motor, a motivação era o amor, amor ao Pai, à Sua Vontade, amor àqueles a quem Ele foi enviado. No momento da suprema agonia podemos entender melhor essa relação entre sofrimento e amor. Jesus Cristo sofrera tanto que os Seus sentidos se fecharam em um movimento de autodefesa. Em uma súplica ao Pai, Nosso Senhor levanta a possibilidade de desistir. Mas nem de longe isso foi algo negativo, antes é uma revelação de como o sofrimento pode fechar-nos em nós mesmos, por causa do medo, algo próprio do ser humano. Apesar disso, o Senhor foi além. Aceitando a crucifixão como consequência de Sua missão, Ele ensina-nos que o coração do homem é capaz de responder de maneira responsável e consciente diante de qualquer tragédia. Cristo acolheu o Seu martírio tendo a convicção de que o mesmo amor que O levava a abraçar a morte Lhe traria novamente a Vida.
Na agonia e no mistério da Cruz conseguimos tocar no amor que dá sentido à nossa dor, à nossa agonia. Cristo Jesus amou-nos tanto que Ele passou amar a Sua Cruz, Sua Paixão.
Diante da afirmação de Bento XVI, posso perguntar a você: Deparando-se com a sua realidade hoje, pelo que vale a pena sofrer? Pelo que vale a pena encarar a dor, na esperançosa certeza de que por causa do AMOR vale a pena passar por isso?
Na certeza de que o Amor nunca decepciona e que ele é o grande sentido para as nossas vidas e nossas vocações, assumamos as consequências de amar, sabendo que, quando o sofrimento chegar, temos a oportunidade de responder de maneira positiva, usando dele (sofrimento) para sermos melhores e ajudarmos os outros a também serem, à imagem do Bom Pastor. 
Luis Filipe Rigaud

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Coisas pelo Mundo: Ter parceiro único pode se tornar coisa do passado diz psicanalista

Regina Navarro Lins é psicanalista, escritora e autora de dez livros. Especializada em sexualidade - e com ideias que geram controvérsia até entre seus colegas de profissão -, ela concedeu uma entrevista exclusiva ao UOL Estilo Comportamento sobre os seus dois novos livros: “A Cama na Rede – O que os brasileiros pensam sobre amor e sexo” e “Se eu fosse você...- Uma reflexão sobre as experiências amorosas” (Editora Best Seller). Ambos são baseados na pesquisa que ela fez durante nove anos no seu site, que esteve no ar de 2000 a 2009. O lançamento dos livros acontece nesta quinta (25), às 19h, na Livraria da Travessa do Shopping Leblon, no Rio de Janeiro, onde a autora participa de um debate sobre relacionamento amoroso e sessão de autógrafos.

UOL Estilo Comportamento - Os livros que estão sendo lançados reúnem material de seu site, um pioneiro no gênero. Como os internautas do início da década reagiam às questões íntimas colocadas na rede? Era diferente de hoje? A abertura foi imediata?


Regina Navarro Lins - Estamos no meio de um processo de profunda mudança das mentalidades que se iniciou nas décadas de 1960/197070, com o advento da pílula anticoncepcional e todos os movimentos de contracultura do período. As mudanças são graduais. Em 2000, quando o site entrou no ar, as pessoas já eram bem mais livres do que nas décadas anteriores. Embora alguns placares sejam surpreendentes: por exemplo, o da pergunta “Você gostaria de fazer sexo a três?”, que eu imaginei que muitas pessoas responderiam sim, mas nunca pensei que o percentual chegasse a 77%. O anonimato facilita dizer o que se deseja e não se tem coragem de revelar aos outros. Nos últimos anos, mais casais passaram a frequentar casas de swing, onde fazem sexo com mais de uma pessoa.


Essa nova realidade – das novas tecnologias de comunicação - está mudando os relacionamentos?


Acredito que sim. Os relacionamentos virtuais estão contribuindo para a tendência de se amar mais de uma pessoa ao mesmo tempo. Quando alguém está num chat conversando, ou fazendo sexo, pode trocar de parceiro com muita facilidade. São apenas dois cliques no teclado. É claro que não é só isso; existem outros fatores.


Quais são eles?


O amor romântico, pelo qual a maioria de homens e mulheres do Ocidente tanto anseiam se caracteriza pela idealização do outro e traz a ideia de que você tem de encontrar alguém que te complete, sua alma gêmea. Esse tipo de amor prega a fusão total entre os amantes e a ideia de que os dois se transformarão num só. Agora, a busca da individualidade caracteriza a época em que vivemos; nunca homens e mulheres se aventuraram com tanta coragem em busca de novas descobertas, só que, desta vez, para dentro de si mesmos. Cada um quer saber quais são suas possibilidades, desenvolver seu potencial. O amor romântico propõe o oposto disso, na medida em que prega a fusão de duas pessoas. Ele então começa a deixar de ser sedutor. Um amor baseado na amizade e no companheirismo está surgindo. Haverá menos idealização e você vai poder perceber melhor o outro. O amor romântico está saindo de cena e levando com ele a sua principal característica: a exigência de exclusividade. Sem a ideia de encontrar alguém que te complete, abre-se um espaço para outros tipos de relacionamento, com a possibilidade de se amar mais de uma pessoa de cada vez, ou seja, o poliamor.


No livro “A Cama na Rede”, você faz 50 perguntas e as pessoas respondem “sim” ou “não”, além de relatarem o que pensam. No final, você comenta as respostas. No comentário sobre a questão da fidelidade, você diz: “Alguns não concordam com a ideia de posse, que é a tônica da maioria das relações estáveis. Para eles, a fidelidade está no sentimento recíproco que nutrem e nas razões que sustentam a própria vida a dois. Mas isso não tem nada a ver com ter ou não relações sexuais com outra pessoa.” A quantas anda a fidelidade, que é tão cobrada entre os casais?


De uma maneira geral, numa relação estável, as cobranças de “fidelidade” são constantes e é natural sua aceitação. Severa vigilância é exercida sobre os parceiros. Isso não adianta muito, já que, na realidade, todos são afetados por estímulos sexuais novos, vindos de outras pessoas que não os parceiros fixos. Esses estímulos existem e não podem ser eliminados. Mas o medo de ficar sozinho é tanto que é difícil encontrar quem reivindique privacidade e tenha maturidade emocional para aceitar que o desejo por outras pessoas, assim como a relação com elas, é absolutamente natural.


Qual foi o percentual de pessoas infiéis que você encontrou na sua pesquisa?


Nesta questão, 72% disseram que já foram infiéis e explicaram suas razões. Apesar de todos os ensinamentos que recebemos desde que nascemos – família, escola, amigos, religião – que nos estimulam a investir nossa energia sexual em uma única pessoa, a prática é bem diferente. Mas na maioria das vezes, é escondido. Como eu disse na pergunta anterior, o amor que conhecemos começa a sair de cena, levando com ele a idealização do par romântico, com a ideia de os dois se transformarem num só. A exigência de exclusividade, que daí se origina, começa a perder a importância. Acredito que num futuro próximo seremos mais livres para dar vazão aos nossos desejos e teremos plenas possibilidades de viver sem culpas. Talvez seja possível ter relações estáveis com várias pessoas ao mesmo tempo, escolhendo-as pelas afinidades. Quem sabe uma para ir ao cinema e teatro, outra para conversar, outra para viajar, uma parceria especial para o sexo, e assim por diante? A ideia de que um parceiro único deva satisfazer todos os aspectos da vida tem grandes chances de se tornar coisa do passado.


Você encontra, na sua área, profissionais que pensam como você?


Não. Existiram dois, que infelizmente já faleceram, Roberto Freire e José Ângelo Gaiarsa. Os profissionais que tratam das relações amorosas me impressionam. Pesquisando o que pensam sobre as motivações que levam a uma relação extraconjugal na nossa cultura, fiquei bastante surpresa. As mais diversas justificativas apontam sempre para problemas emocionais, insatisfação ou infelicidade na vida a dois. Não li em lugar algum o que me parece mais óbvio: embora haja insatisfação na maioria dos casamentos, as relações extraconjugais ocorrem, principalmente, porque as pessoas gostam de variar. O casamento pode ser plenamente satisfatório, do ponto de vista afetivo e sexual, e mesmo assim as pessoas terem relações extraconjugais. Penso que está mais do que na hora de se refletir sobre a questão da exclusividade. Essa é a maior preocupação das pessoas, mas ninguém deveria ser cobrado por isso. Em vez de nos preocuparmos se nosso parceiro (a) transou com outra pessoa, deveríamos apenas responder a duas perguntas: “Me sinto amado (a)? Me sinto desejado (a)? Se a resposta for positiva, ótimo. O que o outro faz quando não está comigo não é da minha conta, não me diz respeito. Não tenho dúvida que assim as pessoas viveriam muito melhor.


No livro há a questão: “Ciúme faz parte do amor? Qual foi a pior cena de ciúme que você já fez?”. E 56% responderam que “sim”. Há relatos de quem não consegue se controlar e também de quem acredita que ciúme em pequenas doses faz bem. O que você pensa sobre o ciúme?


Não concordo que o ciúme faça parte do amor. As pessoas foram condicionadas a acreditar nisso. É comum encontrarmos pessoas que sentem muito ciúme mesmo sem amar o outro. Não é fácil lidar com o ciúme, porque o adulto aprendeu a viver o amor de um modo que é, em quase todos os aspectos, semelhante à forma da relação amorosa vivida com a mãe pela criança pequena. Por se sentir constantemente ameaçada de perder esse amor — sem o qual perde o referencial na vida e também fica vulnerável à morte física — a criança se mostra controladora, possessiva e ciumenta, desejando a mãe só para si. Quando surge uma relação amorosa, os adultos passam de uma dependência para outra. Assim, é por intermédio da pessoa amada que se tenta satisfazer as necessidades infantis. Reeditando a mesma forma primária de vínculo com a mãe, o antigo medo infantil de ser abandonado reaparece e a pessoa amada se torna imprescindível. Não se pode correr o risco de perdê-la. O controle, a possessividade e o ciúme passam, então, a fazer parte da relação.


É possível se deixar de sentir ciúme?


Penso que sim. Independentemente da forma como o ciúme se apresente — discreto ou exagerado —, ele é sempre tirano e limitador. Não só para quem ele é dirigido, mas também para quem o sente. Quando a pessoa consegue elaborar bem a dependência infantil e também se libertar da submissão aos valores morais, percebe-se menos ciumenta. Caso contrário, é difícil ter autonomia suficiente, e podem reaparecer as antigas inseguranças, com exigência de exclusividade no amor. Como são poucos os que se sentem autônomos, observa-se uma busca generalizada por vínculos amorosos que permitam aprisionar o parceiro, mesmo à custa da própria limitação. A questão do ciúme também está ligada à imagem que cada um faz de si. Quem tem a autoestima elevada e se considera interessante e com muitos atrativos não supõe que será trocado com facilidade. E se tiver desenvolvido a capacidade de ficar bem sozinho, sem depender de uma relação amorosa, melhor ainda. Pode até sofrer em caso de separação, mas tem certeza de que vai continuar vivendo sem desmoronar.


Em “A Cama na Rede”, quando você pergunta se com o tempo o tesão pelo parceiro (a) diminui, 72% respondem que “sim”. Um internauta colocou a seguinte questão: “Tenho 28 anos, sou casado há cinco, e estou preocupado com o meu relacionamento, pois minha esposa anda meio fria, sem apetite sexual. Não me procura mais e quando estou a fim ela nem dá bola. Eu acho que ela não tem amante, mas temos um filho de dois anos. O que faço?” Esse é um problema comum no casamento?


É muito comum. Costumo dizer que o casamento é onde menos se faz sexo. Muitas mulheres amam seus maridos, não conseguem imaginar a vida sem eles, gostam de ficar abraçadas, bem junto, fazendo carinho. Só não sentem desejo sexual algum. Algumas se esforçam para que o desejo volte a existir: fazem promessas, vão a motéis, organizam viagens de fim de semana para lugares bucólicos, abrem um champanhe. Mas não tem jeito. Desejo não se força, existe ou não.


E por que o tesão acaba no casamento?


Existem os motivos sempre alegados: excessiva intimidade, excessiva familiaridade. Mas acredito que o principal motivo é pouco falado: a exigência de exclusividade. No casamento, é comum as pessoas se tornarem emocionalmente dependentes um do outro. Para se sentirem seguras, elas exigem exclusividade, controlam a vida do (a) parceiro (a). A questão é que a certeza de posse e exclusividade leva ao desinteresse, por eliminar a sedução e a conquista.


O que fazer quando o tesão acaba?


Essa é uma questão séria, principalmente para os que acreditam ser importante manter o casamento. As soluções são variadas: alguns fazem sexo sem vontade, só para manter a relação, outros optam por continuar juntos, vivendo como irmãos, como se sexo não existisse, e ainda existem aqueles que passam anos se torturando por não aceitar se separar nem viver sem sexo. Penso que a única forma de mudar essa situação que atinge tantos casais é reformular as expectativas que são criadas a respeito da vida a dois, como as ideias de que os dois vão se transformar num só, que quem ama não faz sexo com mais ninguém, e outras tantas mentiras criadas para aprisionar as pessoas e tornar a vida delas bastante insatisfatória.


No novo livro há relatos bem interessantes de pessoas que foram trocadas por outro (a). O percentual dos que viveram essa experiência chega a 72%. É muito difícil se recuperar depois disso? Quando alguém é trocado por outro numa relação amorosa, o sofrimento é intenso e é difícil elaborar essa perda. A falta da pessoa amada provoca uma sensação de vazio e desamparo. Se o parceiro prefere outra pessoa para viver ao seu lado, quem é excluído se sente profundamente desvalorizado, com a autoestima bastante abalada. É comum numa situação de rejeição serem reeditadas inconscientemente todas as rejeições sofridas desde a infância, exacerbando a dor do momento. Sem que se perceba, chora-se naquela perda todas as outras anteriores. Mas ser trocado por outro não significa que se é inferior. Em muitos casos, a troca ocorre porque a pessoa, objeto da nova paixão, possui algum aspecto que satisfaz inconscientemente uma exigência momentânea do outro, sem haver uma vinculação necessária com o parceiro rejeitado.


“Existe algo no sexo que você gostaria de experimentar? O quê?” Essa questão teve 95% de “sim”, no livro “A Cama na Rede”. A maioria das pessoas vai morrer sem satisfazer seus desejos sexuais?


Durante muitos séculos o sexo foi considerado abominável. Afinal, controlar o prazer das pessoas é controlar as pessoas. Encontramos ainda muita gente com inibições, censuras e tabus. As pessoas sofrem com seus desejos, fantasias, culpas, medos, vergonha... Quantos desejos são reprimidos por fugirem do padrão estabelecido? Mas as mentalidades estão mudando. Desde a pílula, o sexo se dissociou da procriação e se aliou ao prazer. E as pessoas passaram a desenvolver cada vez mais o prazer sexual.


No livro “Se eu fosse você...”, há narrativas de mulheres preocupadas com desejos não convencionais dos parceiros, como a estimulação anal. A homossexualidade é um fantasma nas relações?


A estimulação anal é muito excitante para homens e mulheres, que mesmo sem penetração muitas vezes se toca nessa área durante o ato sexual. Mas são poucos os homens que não se retraem quando a mulher tenta introduzir o dedo ou apenas acariciar seu ânus. O pavor de se imaginarem homossexuais faz com que percam a oportunidade de experimentar uma nova sensação de prazer. Ter prazer com a estimulação do ânus não significa absolutamente homossexualidade, que se caracteriza pela escolha do objeto de amor — uma pessoa do mesmo sexo — e nunca pela área do corpo que proporciona prazer.


Você está escrevendo o seu 11º livro, “O Livro do Amor”, há quatro anos, e será lançado no final de 2011. Como você aborda o amor nesta obra?


O amor e o sexo estão entre as principais causas do sofrimento humano, obviamente excluindo a miséria e a doença. Todos os outros livros que escrevi tratam de relacionamento amoroso, mas senti necessidade de aprofundar o tema. Neste livro, faço uma grande viagem. Começo na pré-história e sigo por Grécia, Roma, Antiguidade Tardia, Idade Média, Renascença, Iluminismo, século XIX, século XX e atualidade. Aponto também as tendências para o futuro. Fiz uma grande pesquisa. O amor é uma construção social, e em cada época se apresenta de uma forma. Isso significa que pode mudar completamente daqui em diante também. Neste momento, os padrões tradicionais de comportamento não estão dando mais respostas. Não tendo mais modelos para se apoiar, abre-se a possibilidade de cada um escolher sua forma de viver. Penso que a leitura do livro contribuirá para a mudança das mentalidades, para que as pessoas possam viver com mais prazer.


Fonte: UOL

O mundo tem jeito: É importante ter confiança e agir com ânimo

Nas circunstâncias atuais, dizemos que o mundo não tem jeito, mas isso não corresponde à verdade; não é uma atitude cristã. A história tem uma linha horizontal, mas segura nas mãos do Criador e caminha para a construção do Reino de Deus.
O projeto da história da humanidade, apesar dos medos naturais que dele temos, tem como finalidade a vida e a salvação, isto é, vida com dignidade, fundamentada na justiça divina. Temos medo porque parece que o justo sofre enquanto o malvado prospera.
É fundamental confiar em Deus e acreditar num futuro melhor. O justo será premiado e vencerá o malvado, porque a promessa do Todo-poderoso não falha. Ele não abandona o Seu povo. Estará sempre do lado de quem prática a justiça e trabalha pela sua realização e pelo seu sucesso.
Chegando ao final de mais um ano litúrgico, contemplamos as realidades do fim dos tempos. Realidades que fazem parte do nosso cotidiano, que não são apenas do futuro, mas que começam hoje. Por isso não podemos ficar assustados com os sinais dos tempos que acontecem já agora. Nos sinais da natureza pode estar a nossa ruína. A droga, os vícios, a violência, as gangues, não passam de caminho destruidor. Eles destroem o projeto de Deus, que é totalmente voltado para o sentido e o valor da vida.
Não temos noção da chegada do fim do mundo. Convivemos com os vestígios dessa realidade. Os justos trafegam numa situação de sofrimento, numa cultura marcadamente injusta, provocadora de violência e de morte. Não é fácil ser correto nas circunstâncias de hoje.
É importante ter confiança e agir com ânimo, mesmo diante das forças contrárias. O cristão perseguido está nas mãos de Deus e terá a defesa eterna. O testemunho de fidelidade ao Senhor é uma grandeza, que leva a vencer o sofrimento.
Vamos começar um novo ano da Igreja. Devemos ter a marca da espiritualidade cristã, mantendo em nós a esperança de vida cada vez melhor, fundada nos princípios da Palavra de Deus.

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Dom Paulo Mendes Peixoto
Bispo de São José do Rio Preto

Saúde em Caicó foi o tema abordado pelo vereador Valdemar Araújo em seu discurso

Na sessão desta segunda-feira (22) da Câmara Municipal de Caicó, realizada no plenário da IV Unidade Regional de Saúde Pública (IV URSAP), o vereador Dr. Valdemar Araújo (PR) destacou em seu discurso preocupação em relação à situação da saúde em Caicó. 
“Eu estou com 69 anos e há 50 anos que eu escuto se falar de saúde, mas não sai nada do papel”, afirmou Dr. Valdemar. 
O parlamentar demonstrou sua preocupação com a grave situação dos hospitais e destacou o trabalho dos médicos. 
“Nós médicos é que sabemos a realidade dos hospitais de Caicó, todos nós trabalhamos para que apesar das dificuldades, a população possa receber assistência médica”, afirmou Dr. Valdemar.