sábado, 31 de julho de 2010

Água de Caicó poderá ser tratada com gás ozônio

s cidades de Caicó e Assu terão suas estações de tratamento de água ampliadas e readequadas para tratamento de água bruta com problemas de eutrofização, um processo de degradação ambiental que resulta no aparecimento de algas e cianobactérias, principalmente nos períodos em que os açudes baixam de volume, nocivas ao ser humano e aos animais. A Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern) está investindo no uso de geradores de ozônio para o tratamento de água bruta captada nos reservatórios que abastecem as duas cidades. A captação de água para o abastecimento de Caicó é feita no açude Itans e a de Assu no rio Piranhas-Açu após a Barragem Armando Ribeiro Gonçalves. Estes mananciais que abastecem a cidade seridoense e a do sertão do Vale do Açu apresentam condições propícias a eutrofização Em razão da água do açude permanecer parada por muito tempo pela própria necessidade de armazenamento hídrico na região semi-árida, ela está sujeita a intervenções como o lançamento de dejetos e fertilizantes químicos.
A água bruta em contato com estes agentes externos passa por um processo de proliferação com crescimento exagerado de algas, o que torna o tratamento de água imprescindível para garantir a qualidade do produto que chega às residências. A Caern vem fazendo testes com o tratamento da água com ozônio e outras tecnologias. Os ensaios realizados comprovaram a eficácia do uso do gás para tratamento da água bruta, ou seja, água captada diretamente dos mananciais. Nos testes, o tempo de contato da água com o gás e a dose aplicada foram avaliados para chegar aos valores ideais. Depois da aplicação de ozônio na água bruta, o líquido passará pelo mesmo tratamento convencional com os processos de coagulação, floculação e filtração, além do uso do cloro para ser distribuído às residências, em condições de potabilidade. As estações de tratamento de Caicó e Assu vão passar por adequações na estrutura física e de equipamentos, em razão de integrarem as áreas contempladas pelo projeto de transposição da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco e, portanto, foram escolhidas para receberem investimentos em saneamento básico.
A Caern vai aproveitar a mudança das estações para utilizar resultados de pesquisa realizada no Açude Gargalheiras de Acari. A Companhia investiu R$ 150 mil em uma estação de tratamento piloto, onde durante dois anos foram realizados testes pelo engenheiro da Caern, Marco Antonio Calazans. Vários processos foram testados até se chegar a resultados como o da eficiência do gás ozônio no tratamento da água bruta. “Tratamento de Água de Manancial Eutrofizado para Consumo Humano através de Pré ou Inter Oxidação, Absorção com Carvão Ativado e Dupla Filtração”, é o título da pesquisa de doutorado desenvolvida pelo engenheiro Marco Calazans em parceria com o Instituto Federal de Educação Tecnológica e Ambiental (IFRN) e Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Os resultados da pesquisa podem ajudar a companhias de saneamento de todo o Brasil, particularmente à região Nordeste. Parte do trabalho será apresentada em outubro deste ano no Simpósio Internacional de Engenharia Sanitária e Ambiental (Silubesa), em Portugal.

Fonte: Jornal A Notícia

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