Um carro melhor… para um ano melhor

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Relegada ao status de coadjuvante em 2010, a Mercedes GP se preparou com as melhores armas possíveis para se aproximar do trio Red Bull-Ferrari-McLaren. Por isso mesmo, a marca da estrela de três pontas vem com um projeto inteiramente novo para este ano. Se o primeiro carro prateado era apenas uma evolução do carro campeão em 2009 pela Brawn GP, este – por força das novidades do regulamento e por outras coisas mais – teve que começar do zero.

O W01 não era um modelo que agradava Michael Schumacher, que regressou às pistas após três anos parado, posto que seu estilo de pilotagem é diferenciado dos “antigos” pilotos da casa de Brackley, Jenson Button e Rubens Barrichello. Agora ele crê que a turma de engenheiros da Mercedes GP fez um carro do jeito que ele gosta. Não à toa, o piloto de 42 anos começa o ano pelo menos sonhando com o que parece improvável (diria eu impossível): um 8º título mundial de pilotos.

O novo W02 tem notáveis diferenças em relação ao carro do ano passado. O bico baixo foi abandonado para que a Mercedes siga a tendência da Fórmula 1 atual, com a frente mais alta e proeminente. O trabalho aerodinâmico mereceu especial atenção nas sidepods e no airbox, tornando-o bem mais elegante, até bonito. A entrada de ar dupla adotada no ano passado, que deixou o carro com um visual muito esquisito, foi deixada de lado. Mas isso não impede que ela volte…

Agora, Ross Brawn e seus comandados vão arregaçar as mangas e suar o macacão nos testes. O carro precisa ter seus defeitos corrigidos neste período de pré-temporada antes da corrida inaugural, dia 13 de março, no Bahrein. Do contrário, será mais um ano de desilusões e principalmente de chacotas para cima de Michael Schumacher, cuja volta foi bastante questionada, a ponto de ser ofuscado por Nico Rosberg durante todo o ano de 2010.

Por hora, não saberemos se o achincalhe vai prosseguir. Mas que Schumi quer provar que ainda pode e sabe fazer alguma coisa, disso não tenham dúvidas.

Surpresas e segredos

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3 – Lewis Hamilton (ING)
4 – Jenson Button (ING)

As surpresas começaram já no horário marcado para o início do evento, 9h (de Brasília) da sexta-feira. A transmissão pela internet começou com uma praça vazia em Berlim. Só que, logo em seguida, os mecânicos da McLaren trouxeram o MP4/26, ainda desmontado, para a frente das câmeras. Eis que ele começou a ser montado, peça a peça, sob os olhos do público. É a primeira vez que uma equipe de Fórmula 1 desnuda um modelo desta forma, ainda que não tenha mostrado – obviamente – todos os seus segredos. O motor e o sistema de escapamento, por exemplo, eram de plástico. Mas nada que tirasse a beleza do evento.

A ideia impressiona por ter vindo da McLaren, que até poucos anos era um dos times mais fechados. A iniciativa aproxima o público da equipe e dá a ilusão de que ela está aberta para a colaboração dos torcedores. Perfeito. Sobre o design do carro, o MP4/26 impressiona. O bico é alto e longo, com uma asa dianteira de desenho agressivo. Mas as grandes novidades estavam na região central, perto de onde fica o piloto. A McLaren apostou em entradas de ar para o radiador altas, em forma de “L”. A tampa do motor também é diferente, com três orifícios acima do capacete para refrigerar o propulsor. Parece ser um carro com muito potencial.

As duas laterais em forma de “L”, juntas, se transformam em um “U”. A intenção, com isso, é direcionar melhor o ar para a parte baixa da traseira do carro, na pequena aleta que serve como sustentação da luz de chuva. Paddy Lowe, diretor-técnico da McLaren, apostou em uma linha contrária à do resto do grid ao afastar os radiadores do cockpit para limpar o fluxo de ar. Com o banimento dos difusores duplos, a asa traseira terá de fornecer mais pressão aerodinâmica para o carro e compensar a perda com a proibição do uso da peça. Além disso, a refrigeração do motor deverá melhorar com a solução usada no MP4/26.

O posicionamento do escapamento ainda é um mistério. Como já disse, a equipe de Lewis Hamilton e Jenson Button usou peças de plástico na apresentação em Berlim. Apesar de não revelar o posicionamento do sistema, os dirigentes do time inglês não afastam a possibilidade de adotar a novidade lançada pela Renault-Lotus, que colocou a peça abaixo dos radiadores, à frente da lateral do carro. Possíveis atualizações já devem ser testadas pela McLaren em Jerez, no fim da próxima semana. Mas é fato que parece ser um bom carro.