Reuters
A International Football Association Board (Ifab) irá considerar também mudanças nas regras no que diz respeito ao tratamento de jogadores contundidos, de acordo com a agenda divulgada pela Fifa, e debater a expulsão automática do último jogador que impedir uma chance clara de gol com uma falta.
A pressão tem crescido para permitir o uso da tecnologia, especialmente depois do incidente em que Thierry Henry colocou a mão na bola durante as eliminatória da Copa do Mundo na partida entre França e Irlanda.
Henry colocou a mão na bola duas vezes antes do gol decisivo que deu a vitória por 2 x 1 para França, mas o árbitro não viu.
A Ifab irá também discutir a experiência este ano na liga europeia, quando um bandeirinha extra será colocado atrás de cada gol para ajudar o árbitro em relação a infrações cometidas dentro da área.
A paradinha na hora do pênalti, permitida atualmente a menos que o juiz considere uma atitude antidesportiva, chamou a atenção com um incidente feio durante a Copa Africana de Nações.
Árbitro agredido
O goleiro da Argélia, Fawzi Chaouchi, se enfureceu quando o egípcio Hosni Abd Rabou fez a paradinha antes da cobrança de pênalti, perseguiu o árbitro, o agarrou por trás e deu uma cabeçada nele antes de ser retirado pelos colegas de time.
O árbitro Bonaventure Coffi Codjia foi suspenso por não ter expulsado Chaouchi no momento do incidente, embora o goleiro da Argélia tenha sido expulso depois por um segundo cartão amarelo na derrota por 4 x 0 na semifinal da competição.
A expulsão automática do último jogador que impede um gol iminente do adversário com falta ou com a mão também será discutida.
A Ifab disse que a situação atual constitui uma "tripla punição" com o pênalti, o cartão vermelho e a suspensão automática.
A entidade disse ainda que irá considerar a mudança da regra que diz que um jogador contundido deve ser tratado fora de campo.
Ela propõe uma exceção no caso da contusão ser o resultado de uma falta cometida pelo jogador adversário.
"A regra foi implementada para desencorajar qualquer tipo desnecessário de desperdício de tempo ou paradas na partida", afirmou a Ifab. "Em termos gerais, isso não foi bem-sucedido."
"Além disso, times que têm sido vítimas de jogo violento ainda têm a desvantagem de serem forçados a tirar o jogador de campo, em certos casos neutralizando a efetividade do aviso inicial do árbitro."
Outra mudança proposta refere-se às macas, que devem entrar em campo toda vez que um médico é solicitado, que passariam a ser permitidas no gramado apenas se o juiz solicitar.
Fundada em 1886 e considerada a guardiã da regras do jogo, a Ifab é composta pelas federações da Inglaterra, Escócia, Gales e Irlanda do Norte, sendo que cada uma tem direito a um voto, e a Fifa, que tem direito a quatro. Setenta e cinco por cento de maioria é necessário para que qualquer proposta seja aprovada.
O próximo encontro será em Zurique, em 6 de março.