Por que faríamos uma casa majestosa, caso não pudéssemos mantê-la nos seus atributos mais essenciais, como as tarifas de água e energia elétrica? Falando no dia-a-dia soa logicamente esse pensamento, mas na Administração Pública a idéia parece bem diferente.
A Ilha de Sant’Ana pode ser entregue, temporariamente, à Agência de Desenvolvimento Sustentável do Seridó (Adese). Mas e depois? Hoje, a prefeitura o entregou pela ausência de repasses estaduais, os quais somam a pequena fortuna de R$ 713 mil.
O complexo turístico, construído na gestão de Wilma de Faria, se junta à manada de elefantes que povoam a paisagem caicoense: o estádio Senador Dinarte Mariz, o Centro Cultural Adjuto Dias e o Castelo de Engady. Obras que os governos querem fazer para aparecer bem na foto, mas que padecem de uma melhor elaboração nos seus projetos.
O Marizão é um órfão que ninguém quer, empurrado de lado para o outro por ter uma estrutura cara de iluminação e manutenção. O Centro Cultural foi construído para agregar as manifestações culturais locais, incluindo o teatro, cinema e oficinas de artes. Passando algum tempo, recebe alguns poucos eventos para poder pagar seus funcionários. E o Castelo, que mais parece de terror devido à sua condição sombria, talvez agora seja aproveitado pela Polícia Militar.
Pois bem. Feito esse retrospecto, há informações de que uma saída para a Ilha de Sant’Ana seria a privatização. E o que o povo tem com isso? Significa dizer que pagaríamos um verdadeiro pedágio para utilizar todo o seu espaço, desde o banheiro, estacionamento, quiosques e, quem sabe, até a nossa caminhadinha diária. Sem falar nos parques de diversão e eventos de cunho social e econômico, como a Feira de Negócios do Seridó e a Feira do Livro. Já que a empresa concessionária, a exemplo do que acontece com as rodovias terceirizadas, quer o retorno pelo seu investimento e ditar as regras de funcionamento. Pelo menos três grupos empresariais já estariam de olho na Ilha, inclusive do vizinho estado do Ceará.
O blog tem uma sugestão: que a futura governadora, Rosalba Ciarlini (DEM), não se dobre aos caprichos da privatização, caso venha a acontecer, pois a Ilha foi construída com o dinheiro do povo. E, portanto, não se pode negar ao cidadão a oportunidade de ter acesso gratuito às grandes eventos populares, como a festa da padroeira e o carnaval, e ao deporto cotidiano ao qual ele se habituou.
Por Robson Pires
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