Se você quer ser mãe, cuide-se! Que o mês de maio é dedicado a Nossa Senhora e às nossas queridas mães, todo o mundo sabe. Sabe-se também que boa parte das jovens sonha em, um dia, celebrar o Dia das Mães com seus filhos e netos. Porém, o que nem todas as mulheres sabem é da importância de se cuidar desde cedo para que possam ter uma gravidez saudável, gerar filhos de forma tranquila e, enfim, realizar-se plenamente como mães.
Sou jornalista, não sou médica, mas fiz mestrado em medicina - para ser mais exata, em tocoginecologia (ginecologia e obstetrícia). Não, não... eu não saí fazendo notícias e partos durante o mestrado, mas por entender a importância de se divulgar informações de saúde com qualidade, fui para área médica me especializar. E observei como a imprensa brasileira ainda trata a saúde da mulher apenas sob o ponto de vista reprodutivo. Fala-se muito em atividade sexual, gravidez, parto, pós-parto, entre outros.
E apesar desse bombardeio de informações diárias sobre a saúde reprodutiva, o que percebo é que muitas mulheres, em sua maioria solteiras, com vivência da castidade, nunca visitaram o ginecologista. Independentemente da idade, elas deixam de lado cuidados básicos que nosso corpo necessita, imaginando que depois do casamento tudo será bastante viável. Cuidado, meninas! É muito importante saber o que se passa dentro de você, no local que vai abrigar as bênçãos de Deus na sua vida: seus filhos. E deixar para se consultar só às vésperas da noite de núpcias pode ser um grande equívoco.
O ginecologista não trata somente de mulheres com vida sexual ativa, mas cuida da sua saúde reprodutiva! E uma conversa com um bom profissional poderá, inclusive, desmistificar sua relação com o próprio corpo, templo do Espírito Santo, que precisa ser respeitado e, acima de tudo, cuidado por você. Em uma primeira visita, o profissional de saúde não necessariamente fará um exame Papanicolau em você (caso ainda não tenha iniciado sua vida sexual), mas poderá lhe pedir um ultrassom pélvico, por exemplo, que mostra os seus órgãos internos em uma telinha e pode detectar infecções, inflamações e os tão comuns ovários micropolicísticos – que, se não tratados, podem evoluir de forma negativa e dar fim ao nosso sonho azul de ser mãe.
Conheço jovens que, por se descuidarem, ou por simples falta de informação, só foram descobrir casos graves em seu ventre (como grandes cistos e até câncer) depois de os órgãos terem aumentado duas e até três vezes de tamanho, sendo aí quase inevitável uma cirurgia de retirada desses órgãos, o que é muito triste e frustrante para qualquer menina que sonhou em gerar uma vida.
No Brasil, o câncer de mama é uma das principais causas de morte de mulheres entre 10 a 49 anos, seguido do câncer de pulmão e de cólo do útero. No primeiro e último casos, uma detecção precoce, com uma ida ao médico, pode diminuir – e muito – esse risco. E se você tem histórico de doença grave, relacionada ao sistema reprodutor em sua família, sua atenção precisa ser redobrada, pois outra coisa que todo o mundo está cansado de ouvir é que, tudo o que é diagnosticado no início, tem muito mais chances de cura, sem sequelas ou maiores complicações.
Portanto, meninas, cuidem-se! Vamos deixar os estereótipos e medos de lado e procurar o quanto antes um bom ginecologista, que respeite sua religião e suas escolhas e a auxilie a estar com o sistema reprodutivo em dia. Peça dicas às pessoas de sua comunidade, que professam a mesma fé que você e poderão indicar um profissional que possa ouvi-la e acolher suas necessidades. Conversar com sua família também é importante, mas lembre-se de que você é a única responsável pelo seu corpo. E que zelar pela sua saúde, pelo dom da maternidade em sua vida, também é um ato de louvor Àquele que a criou. Aproveite o mês das mães para repensar como você tem planejado celebrar esse dia, um dia.
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